REFLEXÕES
SOBRE A OBSERVAÇÃO EM UMA ESCOLA ESTADUAL SOBRE O ATENDIMENTO EDUCACIONAL
ESPECIALIZADO (AEE)
O Atendimento Educacional
Especializado (AEE) foi estabelecido pela Política Nacional de Educação
Especial na perspectiva inclusiva, em 2008. Visa ao atendimento dos alunos com
deficiência, com transtornos globais do desenvolvimento e com altas
habilidades.
De acordo com Aranha (2015,
p.1), o AEE define-se como:
Conjunto de atividades
e recurso de acessibilidade e pedagógicos organizados institucional e
continuamente para atender exclusivamente alunos com algum tipo de necessidade
especial, no contraturno escolar. Pode ser realizado em salas de recursos
especiais na escola regular ou em instituições especializadas.
Neste relato de observação
apresenta-se a Escola Estadual Olaria Daudt, localizada na cidade de Sapucaia
do Sul, onde foi realizada as visitas para observar o trabalho do AEE. Em
relação à localização, o bairro da escola é em uma zona periférica da cidade,
com nível socioeconômico baixo.
Quanto ao espaço físico, a
sala de recursos do AEE é pequena, em um espaço (divisão) dentro da biblioteca
da escola. Não há monitores de inclusão, pois nem todos os alunos possuem laudo
médico.
Tratando-se da profissional
que faz o atendimento, observa-se que há busca pela formação permanente a fim
de atender a todos os alunos da melhor forma possível. Eis sua formação: Gestão
em supervisão em Pedagogia – UNISINOS; Pós em neuropsicopedagogia – Educinter;
Pós em Arte- São Luís.
Apresentação
das observações na escola
No primeiro dia- visitei a
sala de recursos para conhecê-la e compreender a dinâmica desenvolvida pela
professora. Ela acompanha alunos com laudo médico e aqueles que estão em
avaliação, no total são 12 alunos.
Tratando-se da estrutura, observei os seguintes
problemas:
-Não
há rampas de acesso no entorno da escola;
-Não
há professores para auxiliar os professores;
-A
sala do AEE é dentro da biblioteca.
Quanto à acessibilidade,
pode-se dizer que a escola não se apresenta adequada as necessidades dos seus
alunos com deficiência, necessitando a colocação de rampas no entorno que
permitam que os alunos se locomovam com mais facilidade. Segundo Moraes
(200&) “a acessibilidade é vista como um meio de possibilitar a
participação das pessoas nas atividades cotidianas que ocorrem no espaço
construído, com segurança, autonomia e conforto”.
Sobre os encaminhamentos, quem
os faz são os professores titulares. Eles preenchem uma ficha relatando as
habilidades e dificuldades dos alunos. Após o recebimento das fichas, o professor
do AEE inicia a avaliação e a anaminesi.
Em minhas atividades como
observadora, conheci um aluno de 16 anos, está no 9º ano do ensino fundamental.
Ele apresenta deficiência intelectual grave. A situação familiar é bastante
precária. Entretanto, ela muito participativa e contribui com a escola no que
se refere acompanhamento do aluno. Mantém o diálogo constante com os
professores titulares a fim de conseguir que todos se adaptem as atividades.
A profissional da escola
mantém diálogo constante com a família e busca parcerias com outros
profissionais, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, entre outros.
Dessa forma, busca ampliar as possibilidade de aprendizagem por parte do aluno
que está sendo acompanhado pelo AEE.
Portanto, nesses dias de
observação nessa instituição, percebi que há um esforço constante para atender
os alunos com deficiência, apesar das dificuldades em relação à estrutura da
escola, há o engajamento da profissional responsável pelo atendimento e o apoio
da família, o que contribui para o desenvolvimento do aluno em detrimento aos
percalços encontrados pelo caminho.
Referências
Bibliográficas
ARANHA, Sônia. O que é atendimento educacional especializado (AEE)?. Disponível
em: https://www.soniaranha.com.br/o-que-e-atendimento-educacional-especializado-aee/
MORAES, M. C. Acessibilidade no Brasil: Análise da NBR 9050. 175f. Dissertação
(Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Centro Tecnológico, Universidade
Federal de Santa Catarina - UFSC. Florianópolis, 2007.