sexta-feira, 27 de novembro de 2015

A importância do "brincar" na fase escolar



   O brincar é uma ação lúdica que deve fazer parte de todas as etapas da nossa vida, mas infelizmente tem sido reservada apenas para a infância, justamente em função dos padrões sociais. O conceito de infância vem se modificando de acordo com as mudanças sócio- históricas e culturais do contexto em que ela esta inserida.
O brincar propicia momentos tanto de aprendizagem para a vida tornando–se elemento inclusivo na potência individual e coletiva deste sujeito. No momento da brincadeira a criança também deixa transparecer características descritivas da sua personalidade. Isso pode ajudar o professor a formular maneiras de intervir no  processo de aprendizagem destas crianças, já que de certa forma, também somos  responsáveis pelo desenvolvimento moral desse indivíduo.
Acredito que ao estimular e garantir o direito de brincar à criança, estamos contribuindo expressivamente para que ela se desenvolva de modo integral, estimulando-lhe a criatividade, alé dos benefícios físicos, como o desenvolvimento de suas habilidades motoras e expressões corporais.
Brincando, as crianças reelaboram criativamente conhecimentos e sentimentos, identificando novas possibilidades de interpretação e de representação do real.
Desta forma, as brincadeiras estimulam o desenvolvimento cognitivo através da realização de ações intelectuais que envolvem as habilidades  perceptuais, como a atenção e a memória. Interagindo uns com os outros, dando asas ao imaginário, simulando situações problemas e criando hipóteses de solução, as crianças vão compreendendo as características dinâmicas das relações sociais. Quando o professor brinca com os seus alunos, cria laços de afinidade, aprende formas de construções diferentes de conhecimento, conforme aponta Andrade (2008):

“ A busca  por  situações favorecedoras de integração entre as crianças, sabendo da sua riqueza para o desenvolvimento humano, deve se estender para as relações docentes, visto que o trabalho docente tem se demonstrado tão  individualizado.” (ANDRADE, 2008, p.62)."

Todo o processo que ocorre nas entrelinhas do “brincar”, pode ser ser um importante facilitador auxiliar para o trabalho pedagógico. Andrade ( 2008 ),  defende que: “quando o professor inicia um trabalho com propostas lúdicas , ele também deve brincar. O lúdico é o espaço de estar com: com as crianças e também com os adultos.”
Desta forma, é impossível pensar o “brincar” na Escola, pensar em brincar com as crianças sem considerar como uma oportunidade também para o professor ter tempo e espaço para o lúdico.
           
REFERÊNCIAS:

Carambola: "O Brincar está na escola". Disponível em:  https://www.youtube.com/watch?v=_lQWGDV81Vs
 Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica.  Diretoria  de Apoio à Gestão Educacional. Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa.  A criança no ciclo de alfabetização. Caderno 02. Brasília 2015.


sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Conceito de Criança segundo Jenks





CRIANÇA
CONCEITO




SELVAGEM

Criança merecedora de ser observada, estudada a partir de novas análises sobre a infância, levando em conta que é “um ser social”. A criança é “diferença potencialmente perigosa e disruptiva” que precisa ser controlada, educada e socializada, uma etapa a ser superada no processo de desenvolvimento, sendo o mundo adulto assumido como a referência positiva de desenvolvimento e completude.




NATURAL

Criança que durante sua infância relaciona – se com outras crianças a partir  de suas vivências sociais que  embasa seu desenvolvimento. Desenvolvimento não só físico e cognitivo, mas também social.



SOCIAL

Criança que  “segue” o padrão desejado, ou seja, o qual define que a infância deve ser um processo de adequação ao “mundo social adulto”.


          Qual conceito de infância baliza minhas práticas pedagógicas (ou mesmo sua relação com a infância, de maneira mais ampla). Por quê?

O conceito de infância que vem de encontro com a minha prática pedagógica é o de “criança natural”, que  desenvolve-se naturalmente a partir das relações com os outros  e interagindo com o ambiente em que vive, porque acredito que aprendendo com  as situações  vividas, é possível formar suas habilidades e competências de forma integral. 

REFERÊNCIAS

 JENKS, Chris. Constituindo a criança. Revista Educação, Sociedade e Culturas, n. 17, 2002. Disponível em: http://www.fpce.up.pt/ciie/revistaesc/ESC17/17-arquivo.pdf

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

A Maquinaria Escolar e os (Des) encantos da Modernidade Pedagógica

           A partir das leituras realizadas percebemos   como  formaram-se as primeiras  ideias de instituições de educação, quais foram as mudanças sofridas pelas mesmas ao longo da história e a importância que a infância obteve ao longo deste processo.
Ao iniciarmos os estudos pelo texto “Maquinaria escolar”, deparamos com a realidade  na qual a criança é vista como se fosse um adulto em miniatura, marcada pela falta da infância, passando a ideia que   “ já nascia adulta”. Ao longo do tempo as crianças foram tendo diversos tipos de tratamento conforme sua cultura, umas mais severas e punitivas, principalmente nos países católicos e outras mais moderadas permitindo que a criança vivesse  melhor essa etapa.
Já o texto “(Des) Encantos da Modernidade Pedagógica”, inicia  fazendo referência às instituições educacionais com ideais baseados no regime da República. As escolas desta epoca terão como propósito fazer com que todos acreditem que a formação do indivíduo é importante somente para servir o Estado, exaltando a pátria com o seu patriotismo e espírito cívico, que servia para garantir formalmente a igualdade política, racial, sexo, tornando a população homogênea. Descreve detalhadamente algumas mudanças importantes sofridas pelas organizações educacionais e problemas encontrados, indo desde uma reforma do espírito público que exigiu um alargamento da concepção da linguagem, superando o tradicional domínio oral e escrito das palavras, buscando a construção de um sistema de produção de significados e interação comunicativa, construção de prédios adequados, aluguel, estrutura e infraestrutura. No mesmo ritmo que a urbanização aumentava a pobreza acompanhava, esse aumento foi decisivo para concentrar as escolas primárias públicas nas áreas urbanas privilegiadas.
As  escolas passaram por longos processos históricos de mudanças estruturais, pedagógicos e de identidades. Segundo a autora Clarice Nunes, “com o passar do tempo tudo se modificava, as cidades mudavam, e a escola primária revelava problemas urbanos, problemas entre o poder público e privado, e elas (as escolas) deixavam de se configurar como extensão do campo familiar, privado e religioso, gerando uma rede escolar desenvolvida pelos governos municipais.”
As leituras deixam claro que as instituições escolares passaram ao longo da história por inúmeras mudanças, até chegarem nos moldes atuais.
Entretanto, as modificações mais importantes se darão no campo do reconhecimento da infância como etapa vivida pela criança. Além disso, outra fase importante se dá na modernização, na procura de melhores condições físicas de instalações para adequações das salas de aulas e dos ambientes escolares.
          No século XIX em diante, ficou ainda mais evidente que vivemos em um mundo capitalista onde a distinção  entre  pessoas dá-se por meio do poder aquisitivo de cada uma delas. Isso traz reflexos à infância, inclusive em sua formação educacional,  ajudando a perpetuar essas máximas até os dias de hoje.           
           Muitas vezes  afirma-se que temos uma escola modernizada, mas na realidade, ainda é uma escola capitalista com diferenças gritantes e discriminações.            
           Essa realidade  esta explícita  na obrigatoriedade da escola gratuita que ainda  nas regiões brasileiras há diferenças onde  as comunidades estão inseridas não há um padrão comum para  a sociedade, prevalece a lei de quem pode mais.




                 REFERÊNCIAS:


VARELA, Júlia & ALVAREZ-URIA, Fernando. A Maquinaria Escolar. In: Teoria e educação, 6, 1992 (p. 01 – 17), disponível em: https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/1350700/mod_resource/content/2/A%20Maquinaria%20Escolar.pdf , acessado em 02 de outubro de 2015.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Analisando propagandas a partir dos conceitos de gênero e sexualidade



Como podemos observar, a campanha publicitária desenvolvida pela marca “Couro Fino” utilizou-se de imagens de uma criança branca, com  traços delicados e angelicais, demonstrando ser bem cuidada, com um bom nível socioeconômico, reproduzindo um contexto histórico cultural em que somente  indivíduos com esta cor de pele e posição social é que teriam condições para serem consumidores dos produtos fabricados por eles.
Tratam-se de fotos apelativas  que nos fazem refletir sobre as vestes da criança e a pose, pois deixa subentendido que ela está  erotizando e sensualizando no contexto, imitando  poses  vistas diariamente em redes sociais.
De forma explícita, a propaganda deixa de levar em consideração a infância e tudo o que a cerca, direitos como: a dignidade, o respeito e o dever de preservar a integridade física e emocional dos menores de idade.
Ridiculariza a infância ao reproduzir na foto um adulto em miniatura. A infância fica esquecida numa imagem de criança que não vê a hora de crescer, para poder usar maquiagens, sapatos de saltos e joias, fazendo transparecer na  cena, um aspecto de futilidade, como se apenas a beleza exterior de uma pessoa fosse o aspecto mais relevante de sua personalidade.

 Acredito que este truque midiático tem o propósito de atingir a criança que habitam dentro das mulheres, sobretudo, na frase utilizada como slogan. Porém, é infeliz ao minimizar e  expor de certa forma a infância, colocando-a no papel que as cenas divulgam.


REFERÊNCIA
SITE: http://lounge.obviousmag.org/so_para_loucos/2014/04/compre-batom-seu-filho-merece.html: