sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Educar uma infância pós-moderna


Atualmente, vivemos em um mundo  no qual as coisas mudam rapidamente. O que a segundos atrás demonstrava ser de suma importância, neste momento já caiu por terra. Nada mais é sólido, tudo segue o caminho da liquidez e da fluidez. Essa tendência da pós modernidade reflete em nossas vidas de várias formas, prejudicando a nossa percepção acerca das coisas e das relações que nos cercam no mundo, pois diariamente somos desafiados a construir e reconstruir  as coisas, e, pelo modo como elas acontecem, torna-se sem significado e validade, deixando-nos cada vez mais inseguros e cheios de incertezas, fragilizados perante a sociedade em que estamos inseridos, pois a situação social, política, econômica e até mesmo científica transformam-se em relações de instabilidade.
            Toda essa mudança no modo de vida, ditada pela pós-modernidade,  causa em nós, adultos, desconforto, insegurança e certo desequilíbrio.
Essa realidade também se reflete no mundo infantil, na vida das crianças, que apresentam  de certo modo desigualdade na interpretação e julgamento do que ser  o melhor  para elas, pois são seres mais vulneráveis,  que não estão cognitivamente formados para opinar e até escolher em algumas circunstâncias o que for melhor para si, ainda mais vivendo na era  da globalização, onde as informações nos alcançam com uma rapidez indescritível, tornando-nos alvos  das mesmas, dificultando até mesmo o reconhecimento das fontes verdadeiras de informações. 
Não podemos deixar de citar a influência capitalista que a mídia exerce sobre as crianças. Por exemplo, quando se lança ampla variedade de produtos infantis, que instantaneamente, fazem com a criança, queira substituir aqueles já adquiridos por outros “da moda”.
Infelizmente, muitos dos produtos lançados pela mídia, fazem referência à violência e à pornografia,  muitas vezes camuflados. Esta realidade tem feito com que pais, familiares, professores e até mesmo entidades públicas demonstrem-se cada vez mais preocupados, principalmente porque antevem maiores aborrecimentos e consequências para as próximas gerações.
Acredito que está faltando um novo olhar para estas questões que influenciam prejudicialmente o desenvolvimento saudável, livre, digno e respeitoso das crianças.
Somente medidas rígidas e drásticas, pensadas para o bem comum, serão capaz de  traçar metas que salvem esses seres que estão sendo afogados em meio a tantas barbáries, evitando que se tornem  adultos   filhos  de ideologias cada vez mais individualistas e materialistas, dando seguimento a outras gerações perdidas em meio a tanto caos.
Se não preservarmos o desenvolvimento sadio das crianças do presente, como poderemos pensar em vivenciar um futuro com melhores condições socioculturais?

 REFERÊNCIAS

BAUMAN, Zygmunt. A Pós - Modernidade
Link:   https://www.youtube.com/watch?v=58MMs5j3TjA. Acesso 04/10/2015.
FISCHER, Rosa Maria. Dispositivo pedagógico da mídia: formas de educar na (e pela) TV. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.28, n.1, p. 151-162, jan./jun. 2002. Texto completo disponível em: http://www.revistas.usp.br/ep/article/view/27882/29654



MOMO, Mariângela.  Mídia e consumo na produção da infância pós-moderna. REU, Sorocaba, SP, v. 36, n. 1, p. 67-87, jun. 2010. https://moodle.ufrgs.br/course/view.php?id=34843. Acesso: 04/10/2015.

            

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

As teorias freudianas, as mudanças no mundo e na educação



Freud  contribuiu positivamente nas descobertas  do funcionamento da mente humana e no entendimento dos porquês de certas  reações  frente a algumas situações  vividas pelo indivíduo em sociedade. Descobrindo a conexão entre mente e corpo, criando o campo da psicanálise, no qual direciona seus estudos e investigações científicas, sistematizando os conhecimentos sobre o funcionamento da vida psíquica para desvendar os mistérios da mente.
A investigação enquanto ferramenta da psicanálise tem como objetivo  significar os diferentes manifestos, seja por meio de ações, palavras, sonhos, delírios, etc. A forma de tratamento é a Análise, que busca curar, a partir do autoconhecimento do  indivíduo.
Através  das investigações realizadas durante as análises em seus pacientes, eis que Freud  apresenta a primeira concepção sobre a estrutura  e o funcionamento da personalidade o inconsciente, pré-consciente e o consciente.
O inconsciente é local no qual  está  armazenado   tudo o que não se encontra na consciência atual, tudo aquilo que foi censurado pelas partes internas da mente. Já o pré–consciente é composto por todos aqueles conteúdos que podem ser acessados pela consciência quando necessários pelo indivíduo. E  a consciência   é a parte que recebe a todo momento estímulos/ informações do mundo externo e interno, na mesma permanecem em alerta o raciocínio, atenção e a percepção que nota o mundo ao seu redor.
Outra descoberta importantíssima realizada por Freud foi à sexualidade vista como a principal responsável pelas causas de problemas psíquicos resultados de experiências traumáticas, pensamentos e desejos reprimidos, de cunho sexual.
 A segunda teoria apresentada por ele diz respeito aos três sistemas da personalidade o id, ego e superego. Esses conceitos possuem distintas  características, mas que não deixam de estar ligadas de certa maneira com  a primeira teoria descoberta por Freud. O id é comandado pela sensação de prazer, de contentamento, caracterizado por atributos do inconsciente. O ego é o equilíbrio entre  os demais, controlado pela realidade é o regulador, e trás consigo o armazenamento da memória, sentimento e pensamento, tentando dar conta de todo o interesse do indivíduo. Já o superego é a regência das exigências culturais, sociais e morais. Considera sempre  o sentimento de culpa em primeira estância , por algo que errado que fez ou até mesmo por algo que não fez mas queria ter feito.
Todos estes conhecimentos  apresentados por Freud como resultados da sua vida investigativa, nos dias atuais ainda representam enorme importância em inúmeros campos  que a psicanálise transita, inclusive na educação, pois nos da um suporte grandioso para observarmos e desvendarmos alguns traços problemáticos em nossos alunos. Fazendo com que fiquemos sempre alertas  para as manifestações realizadas pelos mesmos, sendo elas quais forem. Facilitando de certa maneira o papel do professor que deverá reorganizar suas aulas para atender essas lacunas apresentadas pelos alunos. Reconhecendo as dificuldades fica mais fácil o professor interferir e ajudar juntamente com a família responsável.


sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Vídeo: Como me tornei professora




           Não me sinto a vontade quando tenho que realizar atividades deste gênero, mas, tarefa dada é tarefa cumprida.
               Portanto, segue abaixo, o resultado de minha produção:




                              





                       
                        
                          

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Fichamento do texto "Mídia e Consumo na produção da infância pós-moderna", de Mariângela Momo



MOMO. Mariângela. Mídia e Consumo na Produção da Infância Pós-moderna. REU, Sorocaba, SP, v. 36, n. 1, p. 67-87, jun. 2010.

QUESTÕES
         FICHAMENTO  DO  TEXTO



Caracterizar três marcas do que se entende por “pós-moderno”.

O termo não seria apropriado para descrever a contemporaneidade em função do prefixo pós- o qual remeteria a uma ruptura com a modernidade. Período histórico que seria a periodização  ou uma condição cultural particular. Outras, ainda, dizem respeito ao que o termo remeteria, abarcaria, em termos de configurações do próprio mundo.




O que significa pensar o tempo atual com base no binômio solidez/liquidez?


Bauman cria  o termo “Modernidade Líquida”, uma vez que considera liquidez e fluidez como metáforas adequadas para  captar a natureza da presente fase, nova  de muitas maneiras na história da modernidade. Utiliza o termo para expor  as condições de uma época  em que praticamente  nada mais é sólido, nada mais mantém a mesma forma ,fixada em um espaço, durante longo tempo.

Ele argumenta que a modernidade se ocupa em derreter os sólidos pré–modernos em estado adiantado de desintegração para então  inventar sólidos duradouros, que fossem confiáveis e garantissem um mundo previsível e consequentemente, administrável.


Explique a frase: “a mídia tem sido uma das principais produtoras das representações que compartilhamos” (p. 79). Para construir sua resposta, utilize-se do exemplo da “representação do corpo”, oferecido pela autora (p. 79-80)

Momo (2010), A mídia tem alterado, modificado, os processos de produção, circulação e consumo de significados, compondo uma cultura distinta da cultura de outras épocas.

S “Aprendemos o que é ser belo e ser jovem através das representações que a mídia produz e põe em circulação. Por meio da mídia, das formas de representação e dos discursos colocados em circulação, criamos parâmetros para, por exemplo, avaliar e produzir nosso próprio corpo”.A mídia estabelece padrões de exigência que acabam regulando e promovendo o consumo de alimentos, de roupas, de procedimentos estéticos ou cirúrgicos para atingir o corpo almejado.

Considerando as discussões que o texto oferece, como as crianças se veem por m hoje implicadas numa sociedade do consumo?

 A mídia promove o consumo de diferentes produtos, mas o alvo  de fácil adesão são as crianças, influenciáveis   as mesmas se encontram  num grupo que a  mídia consegue manipular com  seus fantasiosos enredos, movimentando assim  a produção  e a venda ordenada dos produtos, alavancando as empresas e modificando os padrões socioculturais vigentes.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

A definição de um estatuto da infância, o bebê e a própria infância: reflexões a partir das definições elaboradas por Pilippe Ariès

                                  

A definição de um estatuto da infância, o bebê e a própria infância:
 reflexões a partir das definições elaboradas por Pilippe  Ariès
 
Ivonete Rodrigues -  Matrícula: 257007
Kasandra Dos Santos De Oliveira- Matrícula:257061 
Leda Araújo Alves  – Matrícula: 257052

Márcia Gerônima Benites  -  Matrícula: 258333
 
 
A compreensão acerca da infância, tal qual a concebemos, é algo bastante recente na história da humanidade, tendo sido determinantemente influenciada por questões moralistas e cristãs, conforme apontam os estudos de Varella e Alvarez-Uria, transcritos no texto “A Maquinaria Escolar”, escrito em 1992.

Inicialmente, a infância aparece associada à forma de ver o mundo pelo olhar do adulto. Neste contexto, a sociedade, enquanto modeladora, é tida como a responsável pela caracterização do indivíduo, desde seus poucos anos de vida. Desta forma, “naturaliza-se” a existência das classes sociais e, com elas, seus diferentes tipos de infância, passíveis de diferentes tratamentos.

Em outras palavras, pode-se dizer que, os filhos de servos já nasciam predestinados à servidão, assim como havia acontecido com seus pais. Já no caso das crianças nobres, elas quase não tinham contato algum com suas mães, pois eram as criadas que se dedicavam aos seus cuidados.

A própria organização escolar desta época baseava-se em práticas educativas onde a criança financeiramente abonada ia sendo instruída, desde o princípio, para que desenvolvesse aptidões que lhe fossem úteis para os futuros cargos de chefia, que certamente viria a ocupar.

Durante o século XVI, as crianças eram vistas como adultos em miniatura, sem emoções ou razões que justificassem sua existência. Eram inseridas na sociedade de qualquer forma, sem levar em consideração as poucas possibilidades que sua estrutura física e mental tinha para determinadas tarefas.

Ao chegar na idade escolar,  esta criança ficava confusa quanto a que papel deveria desempenhar perante a sociedade, uma vez que vivia misturada ao mundo adulto de tal maneira que não havia diferença quanto a forma de vestir, jogos, atividades, aprendizagens e outros.

Anos mais tarde, foram aparecendo diferentes categorizações das fases do desenvolvimento humano, em especial, aquelas voltadas para a infância e a adolescência. 
 Características como maleabilidade, fragilidade, rudeza e fraqueza de juízo, naturais do indivíduo em formação, passam a ser compreendidas enquanto justificativas plausíveis para a aplicação de ações educativas, disciplinadoras e formadoras de caráter.

Na visão de Philippe Ariès, isso representará um significativo avanço, uma vez que em seus estudos, constatou que na Idade Média, a infância e a adolescência eram concebidas indistintamente. Note-se que, a fase da primeira infância em que a criança ainda é um bebê, só será reconhecida em meados do século XIX, há apenas dois séculos atrás, já na fase contemporânea de nossa história.

O surgimento desta figura frágil e indefesa, muda todo contexto social por apresentar uma perspectiva de um ser como herdeiro das classes sociais mais ricas em detrimento as classes menos favorecidas, que entendia o fim da infância apenas como o a saída da dependência física e emocional.

Sendo assim, seria a própria infância, tão somente uma ‘invencionice’ da sociedade moderna que teve reflexos na forma de ver e entender esses indivíduos?

Sabe-se que, o desenvolvimento da criança não é linear e que, portanto, sempre terá uma representação social contraditória, passível de discussão sobre o assunto, porque também a criança é educada de diversas maneiras dependendo de sua cultura.

Todavia, a infância concebida a partir da gênese histórica, permitiu sua configuração estatutária. Importantes estudos foram realizados sob as mais diferentes estâncias científicas, entre os quais, Varella e Alvarez-Uria, destacam aqueles realizados por Philippe Ariès (um historiador francês), sem que isso signifique que seu cartesianismo, não seja criticado ao final do texto destes autores.

Na visão de Varella e Alvarez-Uria, a infância dos dias atuais ainda possui significativas diferenças, sobretudo, quando analisada sob o viés capitalista e sua capacidade de retomar e readaptar-se aos novos contextos históricos, de tal forma que continuam prevalecendo os grupos sociais dominantes. Prova disso é a ideia do “direito à educação” que à priori, seria uma forma de garantir a “igualdade entre todos os indivíduos sociais”, mas que na verdade, nada mais é que uma aspiração burguesa na tentativa de “civilizar” os filhos dos trabalhadores.


REFERENCIA

VARELA, Júlia & ALVAREZ-URIA, Fernando. A Maquinaria Escolar. In: Teoria e educação, 6, 1992 (p. 01 – 17), disponível em: https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/1350700/mod_resource/content/2/A%20Maquinaria%20Escolar.pdf , acessado em 02 de outubro de 2015