sexta-feira, 27 de maio de 2016

As aulas de LIBRAS


Através das aulas presenciais e dos textos disponibilizados pela professora da disciplina, tive a oportunidade de conhecer  um pouco mais a fundo a batalha enfrentada  diariamente pelos deficientes auditivos e também alguns fatores peculiares que são indispensáveis para a vida íntegra dessas pessoas.
          Faz-se  necessário destacar que a comunidade surda vem percorrendo uma trajetória um tanto árdua, na qual questionam e solicitam mudanças  que amparem suas necessidades e direitos a muito tempo, mesmo adquirindo algumas conquistas nas últimas décadas em diferentes espaços, tendo como  exemplos o reconhecimento da cultura  e a oficialização da língua de sinais no Brasil no ano 2002, percebemos que ainda há muita a ser feito e melhorado para que os surdo tenham uma vida digna, que possam interagir com todos os seres humanos, não só com os seus pares e bem como em todos os ambientes.
      Então, é importante que seja garantido pelos nossos governantes efetivamente os direitos conquistados por eles até o momento,  não só quanto a diferença linguística e cultural que lhes é devida,  não só nos espaços educacionais, mas em todos os demais espaços.
           No site https://culturasurda.net, é possível encontrarmos vários documentários que tratam sobre o assunto. Um deles, encaminhados para que assistíssemos, nos faz refletir, percebermos que é inaceitável nos dias atuais deficientes surdos ainda encontrem obstáculos que dificultam a acessibilidade até mesmo para estudar, fazer a carteira de motorista, ter  um atendimento médico de qualidade e por aí seguem outros tantos outros exemplos.
É imprescindível destacar a importância da língua de sinais para a comunidade surda, pois é através da língua de sinais que é uma língua gestual – visual que os surdos conseguem  trocar experiências, informações, conversar  e aprender um com os outros. 
É através da língua de sinais que as comunidades surdas se encontram, trocam  experiências adquirem conhecimentos e reafirmam o seu modo de comunicar-se com os indivíduos e com o ambiente. 
São nestes encontros que eles  acabam construindo a identidade surda, percebendo as semelhanças e diferenças, necessidades e construindo artefatos culturas. 

sexta-feira, 20 de maio de 2016

As brincadeiras e os jogos na formação das crianças


De acordo com Bibiano (2010), brincar é uma de extrema importância para o desenvolvimento da criança. Mas como tratar deste tema com os pais que muitas vezes cobram conteúdos dos professores sem considerar que as professoras das séries iniciais, além dos conteúdos, organizam brincadeiras que fazem parte da rotina dos alunos?
Este assunto rende o que falar, assim, pode-se remontar ao final do século 19, em que se desenvolveram diversas teorias sobre o tema. Henri Wallon, Jean Piaget e Lev Vygotsky procuram relacionar a temática com o mundo das crianças e como elas produziam a cultura (BIBIANO, 2010).
Segundo Cortez apud Bibiano (2010), Wallon afirma que “a aprendizagem não depende apenas do ensino de conteúdos [...] são necessários afeto e movimento”. Nesse sentido, pode-se pensar no movimento realizado através de brincadeiras, bem como a afetividade e a integração entre aluno-aluno e aluno-professor.
Já Piaget, desenvolveu um estudo refletindo como as crianças pensam a questão do espaço e movimento. O que também chamou a atenção dos estudiosos sobre as teorias de Piaget foi a questão da construção das regras entre os pequenos, quando fazem experimentações e brincadeiras, elas aprendem a compreender os outros e traçam regras para as brincadeiras que vierem a fazer.  Em relação à Vygostsky, a questão da cultura depende de processos interpessoais, o que leva a interação entre os indivíduos, assim a brincadeira pode ser compreendida como uma medida facilitadora para integrar os estudantes (BIBIANO, 2010).
Além disso, Queiros, Martins apud Vigosrsky (2002, p.6) destacam que:

A brincadeira e a aprendizagem não podem ser consideradas como ações com objetivos distintos. O jogo e a brincadeira são por si só, uma situação de aprendizagem. As regras e a imaginação favorecem a criança comportamento alem dos habituais. Nos jogos e brincadeiras a criança age como se fosse maior que a realidade, é isto inegavelmente contribui de forma intensa e especial para o seu desenvolvimento.


Tratando-se do papel do professor e da escola, há de se mencionar que Vygostski retrata a importância do docente como mediador, responsável por ampliar o repertório cultural das crianças. Quanto ao papel da escola, é desenvolver a autonomia da turma, sendo que esses dois processos dependem de atividades desafiadoras, sendo a brincadeira uma intervenção positiva e a apresentação de novas brincadeiras e instrumentos só vêm para enriquecer essa interação (BIBIANO, 2010).
 Corroborando com essas ideias, Winnicott (2008), afirma que se torna de extrema importância o brincar e o criar para a criança, pois permite que se construa a sua identidade pessoal. Sendo assim, a escola deve respeitar o direito que a criança tem de devanear, imaginar, brincar.
Complementando Huizinga (2007) explica que os jogos estão na base do desenvolvimento humano, fazendo parte de todas as fases da vida. Dessa forma, compreende-se a necessidade dos professores como mediadores, incentivarem as brincadeiras com os alunos a fim de que eles interajam e busquem juntos os caminhos para se desenvolverem.
No entanto, a visão de Gilles Brougeré, que estuda a relação dos brinquedos e a crianças desde 1970, defende que, mesmo a brincadeira fazendo parte da essência do ser humano, há a necessidade de uma contextualização, ou seja, torna-se imprescindível um contexto social para ocorrer. Nessa visão, compreende-se que o objeto é simbólico que só tem funcionalidade quando utilizado em brincadeiras (BIBIANO, 2010).
No Brasil, há diversos estudos que enfatizam a importância do brincar para o desenvolvimento das crianças. Brenelli, psicopedagoga que integra o Grupo de Estudo e Pesquisa em Psicopedagogia (Gepesp) da Universidade Estadual de Campinas, explica que estudos têm como foco a observação de crianças com dificuldades de aprendizagem que encontrar nos jogos uma forma de superá-las. Os jogos surgiram como alternativa que auxiliam o ensino de determinados conteúdos. Também, brasileira, Meirelles da Universidade de São Paulo (USP) explica que conhecer e divulgar jogos entre os alunos são ferramentas que auxiliam o trabalho do professor. Além disso, a estudiosa afirma que “a escola deve aproveitar o repertório das crianças (BIBIANO, 2010).
Verifica-se que o brincar vem sendo tema de estudo de diferentes profissionais, filósofos, psicopedagogos, professores, assim, as brincadeiras devem ser incentivadas nas escolas públicas e privadas.
Uma alternativa para os professores que encontram dificuldades quando são cobrados pelos pais que exigem mais conteúdos, é ter um planejamento da rotina dos pequenos, inserir brincadeiras e jogos que possam auxiliar na aprendizagem dos conteúdos. Outra ideia é ter contato com leituras de diferentes estudiosos e manterem-se informados sobre a importância do brincar no desenvolvimento social da criança. E mesmo que não haja uma relação direta com os conteúdos estudados, a brincadeira pode ser compreendida como uma forma de interação entre os pequenos, uma forma de desenvolver a questão dos limites, os respeito com o outro, que são essenciais na educação de qualquer indivíduo.

REFERÊNCIAS 

BIBIANO, Bianca. Aprendendo a jogar e brincar. Revista Nova Escola. São Paulo: ano XXIII n. 218, p. 24-26, Dezembro 2010.

HUIZINGA, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5edição. São Paulo: Perspectiva, 2007.

QUEIROZ, T. D. MARTINS, J. L. Pedagogia Lúdica: Jogos e brincadeiras de A a Z. São Paulo,Rideel, 2002.


WINNICOTT, D.W. O brincar e a realidade. São Paulo: Imago, 1971.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Teatro: Uma história da Chapeuzinho Vermelho



Nesta narrativa a seguir, apresenta-se um dos trabalhos que foram realizados no grupo de teatro da Escola de Ensino Médio Vila Prado, chamado Mythos. O grupo é composto por 32 alunos da escola que expressam a vontade de participar das atividades que englobam além das peças de teatro, a dança, atividades das oficinas, passeios culturais, entre outras atividades.
A peça de teatro Chapeuzinho Vermelho foi reescrita levando em consideração as diversas adaptações realizadas pela TV, como por exemplo, o filme “Deu a louca na Chapeuzinho”. A ideia do grupo vou dar ênfase a diversidade percebida na escola,  englobando fatos observados na sociedade. Segue a narrativa tal qual foi encenada pelos alunos atores.

Chapeuzinho Vermelho da Escola Vila Prado: suas peripécias na casa da vovó
     
           Primeiro Ato

Era uma vez, numa pequena vila perto da escola Vila Prado, uma menina bem alta e magra, de olhos castanhos e cabelos vermelhos, lisos e escorridos que caminhava pela floresta com uma cesta e o celular nas mãos.
Antes de sair de casa, sua mãe avisa, não converse com estranhos, não fique falando no celular e vá até a casa da vovó levar os doces que ela tanto quer, mas ela estava muito ocupada no facebook, nem deu atenção.
A floresta era cerrada e escura, mas a menina estava agradecida porque lá pegava o sinal da internet. Ela ia por uma trilha quando, de repente, apareceu a sua frente um lobo enorme, de orelhas grandes e olhos brilhantes, mas a garotinha era destemida e ignorou-o, seguindo a conversar pelo celular com sua best friend que estava desempregada.
O lobo, na hora, sentiu vontade de devorá-la, mas não teve coragem, pois ouviu um burburinho de pessoas falando pela mata adentro. Tentou ser mais esperto e falou:
— Bom dia, linda garota. - Disse com voz doce.
— Bom dia para quem? Nem te conheço! - Respondeu Chapeuzinho Vermelho.
— Qual o seu nome?
— Chapeuzinho Vermelho. Vou indo visitar minha avó, que não está muito bem de saúde.
— Muito bem! E onde ela mora?
— Mais além, do outro lado da mata. Em uma travessa chamada João Rodrigues, 111.
O Lobo nem deu mais conversa e saiu correndo pela mata para chegar primeiro à casa da vovó.

Segundo Ato - Na casa da vovó

Chegando à casa da vovó, o lobo, fingindo ser chapeuzinho vermelho, bateu na porta. Assim ele fala:
— Olá Vovó, sou eu Chapeuzinho Vermelho!-  Ela respondeu:
— Pode entrar, minha netinha. Puxe o trinco que a porta abre.
Assim que entrou, ele prendeu a vovó dentro do armário. E se deitou no lugar dela cantarolando:
" - Nessa cama agora, vou ficar bem quietinho, pra comer os doces da Chapeuzinho!”
Passado alguns minutos, chega à casa da vovó, Chapeuzinho Vermelho, que já vai logo falando:
— Vovó, sou eu, Chapeuzinho Vermelho.
O Lobo disfarçado responde:
— Pode entrar, minha netinha. Puxe o trinco, a porta abre!
A menina pensou que a vovó estivesse muito doente para não se levantar para recebê-la. Talvez por isso, estava com aquela voz tão rouca também. Mas ela nem ligou, pois estava respondendo uma mensagem no Messenger.  Entrou  e foi até o quarto da vovó: 
—Eu trouxe estas lindas flores e os docinhos que a mamãe preparou. Quero que a senhora fique boa rapidinho. 
O lobo, disfarçadamente respondeu: 
—Eu também minha netinha! Não vejo a hora de sair e ir ao bailinho, dançar com os meus amigos!
Cai o sinal da internet e a menina começa a olhar para a vovó e pergunta:
—Vovó, a senhora está tão diferente: por que estes olhos tão grandes? 
Ele responde:
—É pra te ver melhor, minha netinha. 
Intrigada, Chapeuzinho diz: 
—Mas vovó, por que esse nariz tão grande?
—É para te cheirar melhor, minha netinha.
Ainda desconfiada, ela pergunta:
—Mas vovó, por que essas mãos tão grandes?
—São para te acariciar melhor, minha netinha. 
O Lobo já estava perdendo a paciência com tanta pergunta, mesmo assim, estava tentando manter a calma.
Nesse meio tempo, de perguntas e mais perguntas. Vovó que estava dentro do guarda-roupa já tinha ligado para meio mundo, chamou a sua gangue para atacar o lobo descarado.
O Lobo segue a conversa interminável com Chapeuzinho Vermelho. Ela pergunta:
—Mas, vovó por que essas mãos tão grandes?
No momento em que o Lobo se prepara para atacar, adentrar a casa, toda a gangue da vovó. Que começam a dançar um funk bem adoidado.
O Lobo atordoado se levanta e para disfarçar e começa a dançar junto. Nisso, puxa o celular e manda vir, imediatamente a sua gangue para o desafio do funk, quem ganhasse teria que pagar uma rodada de pizza. Começa o duelo entre as gangues.
Ao terminarem a dança, bate na porta e grita uma linda princesa.
— Gente, gente. Vamos parar com essa baderna! Preciso que me ajudem a arrumar um príncipe!
Ninguém entende o que aquela menina quer ali, afinal, a história nem é dela!
O Lobo nem dá conversa e pede para ela se retirar, mas a princesa está histérica, quer encontrar o príncipe e se casar de uma vez e ser feliz para sempre!
Segue a música, todos resolvem dançar, a vovó quase se esquece do Lobo que a trancou no armário, pois ela não era de uma boa reputação. Em outros tempos, fazia negócios escusos, vendendo mercadoria do Paraguai. Agora na idade mais avançada, só recebia uma aposentadoria do INSS e gostava de dançar nos finais de semana.
Todos já estavam se divertindo e começariam a votação da melhor dança do passinho. Quando de repente, uma nova batida na porta...
A vovó abre a porta e começa a gritaria da princesa encalhada.
— Meu Deus, não acredito, finalmente apareceu o meu príncipe. Obaaaa!
O príncipe nem pestanejou os lindos cílios postiços. Olhou por cima dos óculos e falou:
— Querida, menos, menos. Querida, vim aqui apenas porque escutei esta música divertida e minha amiga Pati me convidou para votar qual seria a melhor dança.
Neste momento começa a música novamente, todos dançam juntos dessa vez. A princesa tenta fazer o melhor passinho, mas o príncipe não dá a mínima para a linda garota com seu longo vestido. 
Seus olhos estão voltados para a Chapeuzinho Vermelho. 
No final, para a surpresa de todos, o príncipe pede a mão da Chapeuzinho Vermelho, eles tiram uma selfie e fazem juras eternas de amor e convidam todos para o casamento que será em breve, para que assim,  vivam feliz para sempre.

Sobre esta experiência: algumas considerações

Tradicionalmente, a história da Chapeuzinho Vermelho é uma narrativa que vem encantando milhares de crianças, adolescentes e adultos há muito tempo. A escola, com o envolvimento de todos os professores, busca sempre inovar e permitir que todos participem e tragam novas experiências para o ambiente escolar.
Nesse sentido, a reescrita da história trouxe novos elementos, como a inserção de diferentes personagens, como o príncipe, a princesa, bem como as gangues que dançam funk. Também, a história da vovó nada correta que vendia produtos do Paraguai. Dessa forma, o trabalho realizado pelos alunos só veio a contribuir para a interação entre todos os alunos, desde as séries iniciais até o ensino médio.



Figura 1: Foto da princesa histérica em busca do príncipe encantado






Figura 2: Foto da dança das gangues




sexta-feira, 6 de maio de 2016

Contos de fadas


Sobre os Contos de fadas

Os contos de fadas  são histórias  antigas que possuem mais de um autor,  pelo fato que são criações populares, composições coletivas, levando em consideração que quem contava um conto aumentava um ponto. 
Então cada pessoa que ouvia esta história, ao recontá-la poderia modificar, acrescentar, e assim por diante, pois foram relatos feitos oralmente, por muitos anos, dependendo extremamente  da memória e habilidade narrativa dos contadores.
A autora  destaca no texto que as pessoas contavam histórias, pois  não havia muitas vezes o que fazer para passar o tempo, ainda mais a noite  já que não tinham eletricidade. Então como forma de entretenimento, as pessoas contavam e ouviam histórias que relatavam muitas vezes, conflitos, desafios  e sentimentos que  envolviam a vida do narrador.
         Ela posiciona-se criticamente em relação os adaptadores de contos de fada, os quais, segundo ela, acabam por se tornarem "pessoas  arrogantes,  donos da verdade, achando se mais sábios  e melhores  até mesmo dos que os antecederam, modificando drasticamente o enredo da história menosprezando todo um trabalho realizado em anos por grupos de pessoas."
         Histórias que permaneceram vivas na  memória de milhares de pessoas, passando de geração a geração e tão comuns em nosso cotidiano, certamente fizeram parte de nossa infância!



           Em sala de aula...

Costumo utilizar em minhas aulas esse tipo de texto sob as mais diferentes maneiras:  teatro, o texto xerocado fatiado, a hora do conto utilizando o livro ou fantoches, sequência de figuras, animações, reescrita,  etc. 
Acredito que desta forma os alunos  conseguem identificar  as diferenças  dos elementos  em cada exposição, expondo seus posicionamentos  e preferências através de argumentos consistentes, já que transpassaram por muitas faces da obra. 
Gosto muito da ideia deles descreverem os personagens levando em consideração a trajetória do mesmo no enredo, deixando livre para se acharem necessário  julgarem  com consistência as atitudes tomadas pelos mesmos levando-os muitas vezes a uma reflexão crítica das tomadas de decisões  e ações que são incumbidas aos personagens pelo escritos. E perceptível ao realizar estas atividades, a consolidação de alguns valores demonstrados  pelos alunos


REFERÊNCIAS

 ÀVILA. Ivany  S. Contos de fadas e outros clássicos: características, personagens, questões de gênero e um pouco mais... 

MACHADO. Ana Maria. Encantos para sempre. Capítulo 7.