sexta-feira, 26 de maio de 2017

Pipas, pandorgas e aprendizagens

O objetivo desta experiência é fazer com que a criança compreenda que é possível aprender, brincando, que há diferentes formas de linguagem no processo de aprendizagem.
Primeiramente, conversamos sobre as brincadeiras dos tempos dos avós e o quanto elas são esquecidas nos dias de hoje, principalmente em função da falta de espaço e pela utilização maciça de tecnologias.
O primeiro ano é uma fase crucial do desenvolvimento estudantil. Então, procuro sempre propiciar diferentes situações de aprendizagens: desenhos livres, dramatizações, atividades orais, gestualizações, atividades envolvendo música, pois acredito que estas vivências sejam muito benéficas para o crescimento e para a socialização de meus alunos.
Por meio das brincadeiras, as crianças podem tomar decisões, expressar sentimentos e valores, conhecer a si mesmos e aos outros. São excelentes ferramentas para o desenvolvimento infantil. Entretanto, é importante que o brincar não envolva apenas objetos industrializados, mas que criem oportunidades para que as próprias crianças possam criar seus objetos.
Neste sentido, o Projeto Pipas e todas as atividades que fui sugerindo, foram fluindo de forma satisfatória e cheia de aprendizados.
Para iniciar a conversa, levei a música “Olha a Pipa”, de Jorge Bem Jor. Então nossa conversa foi sobre os diferentes nomes que este brinquedo pode receber: pandorga, papagaio, barrrilete, de acordo com cada região de nosso país.
             O próximo passo, foi criarmos nossa própria pipa. Alguns alunos tiveram mais dificuldades, mas que foi solucionada com o auxílio de meus colegas professores.




             Mas, divertido mesmo, foi ver a alegria das crianças correndo com o resultado de suas produções! Alguns relataram que já tinham visto aqueles "negócios" para vender, mas que "não sabiam como funcionavam".
                


           Penso que estes momentos são aqueles que a Escola realmente consegue cumprir com a sua função: ser um espaço de coletividades, de trocas, de alegrias e de construções significativas. Esta foi uma experiência que foi válida neste sentido já que nos dias de hoje, a Escola é o único lugar em que as crianças conseguem o seu direito legítimo de "serem crianças", de brincarem e construírem suas relações. 


sexta-feira, 19 de maio de 2017

Trabalhando cores e quantificações

         Como bem sabemos, os alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental ainda possuem algumas dificuldades na identificação de cores e formas.
         Para solucionar estas dificuldades, é fundamental que as crianças manipulem objetos, atentando para descrições de detalhes e formatos, realizem comparações e constatações de forma autônoma.
     




       Com vistas a este desenvolvimento, hoje, propus aos meus alunos que brincassem aleatóriamente com materiais disponibilizados na brinquedoteca de nossa Escola. Então, eles realizaram construções, segundo as suas vontades e, como estavam sentados em grupos, os diálogos fluíram de forma livre, sem que houvesse intervenções de minha parte.

         Depois que já haviam se ambientado com os materiais, iniciamos realizando constagens de forma oralizada, sem nos atermos as simbologias. Para isso, procurei focar as construções na manipulação dos materiais que tínhamos à nossa disposição. Somente depois é que partimos para a devida correspondência entre numeral e quantidade. 



        Considero que foi uma atividade muito produtiva porque não houveram maiores dificuldades da parte dos alunos em agregarem-se à realização. Como os numerais ainda se encontram no campo das unidades simples, considero fundamental que eles visualizem e principalmente, memorizem o traçados dos numerais de forma a desenvolver raciocínios de forma subjetiva quando forem questionados em nossas próximas aulas. Entretanto, as próximas aulas serão desenvolvidas no sentido de que se mantenha a ideia de manipulação e de construções físicas para que internalizem a correspondência entre quantidade e simbologias.


sexta-feira, 12 de maio de 2017

Os encantos da Leitura no Primeiro Ano

 A leitura é um momento lúdico que, no caso do Primeiro Ano, envolve muita fantasia. É o momento que a criança viaja para um mundo encantado, cheio de surpresas. Quando realizo leituras orais para meus alunos, percebo que lhes aguça a curiosidade e todos ficam bem envolvidos. Desta forma, esta prática costuma fazer parte de meu cotidiano pedagógico.


Enquanto vou realizando as leituras, procuro convidá-los a argumentar sobre os assuntos, procuro promover atividades que envolvam motricidade, coordenação motora fina, pois o meio em que vivemos não é apenas para ser visto, mas também para ser tocado, cheirado, ouvido e degustado e a Escola é um dos ambientes em que as crianças podem ter estas percepções de como explorar o mundo por meio dos cinco sentidos. Neste momento, procuro por leituras de clássicos da literatura infantil, mesclando-as com literaturas produzidas mais recentemente.





O processo de aquisição da leitura da linguagem escrita na criança não inicia direto na alfabetização. É um processo constante que deve ser estimulado, com vistas a estimular a curiosidade de conhecer este mundo mágico.
Dar oportunidades para que os alunos conheçam o mundo encantado dos livros e vencer suas deficiências com a leitura é um importante facilitador no processo de assimilação da escrita. Quando estimulados a desenvolverem o hábito e o gosto de pela leitura, as crianças desenvolvem as suas capacidades interpretativa e criativa. A Escola é crucial neste processo, pois é nela que identificamos e formamos leitores.
No dia-a-dia, ficamos o tempo inteiro realizando leituras. No caso de minha turma, como ainda não dominam a leitura escrita, a função imagética é fundamental e neste sentido, as leituras de gibis, produziram excelentes efeitos, aguçando suas curiosidades e desafiando seu senso crítico.
Segundo o que afirma Carvalho (2004), “palavras e imagens, juntos, ensinam de forma mais eficiente – a interligação do texto com a imagem, existente nas histórias em quadrinhos, amplia a compreensão de conceitos de uma forma que qualquer um dos códigos, isoladamente, teria dificuldades para agir”.


Entre os elementos que os gibis oferecem, estão os aspectos lúdicos como cores, onomatopeias, personagens e traços. São histórias curtas que fazem parte da literatura infantil que se aliam às brincadeiras justamente através do simbólico, da fantasia.
Como estamos próximo à metade do ano letivo, muitas crianças já estão dominando a leitura, realizando-as autonomamente. Aliando-se a isso, nossa Escola também tem o “Dia da Leitura” e nestes momentos, as crianças ficam livres para escolherem os títulos que melhor lhes convém.


De acordo com as reflexões de Anjos e Ferreira (2012), “as idas a bibliotecas e a participação efetiva das crianças no processo de interação com livros, revistas, jornais, almanaques, gibis, entre outros, é um aspecto que pode ser adotado pelo professor no intuito de induzir o educando a aprender a explorar este espaço, colaborando com a consequente autonomia do mesmo nesta atividade que, pelo auxílio do professor, tornar-se-á rotineira para a criança.”
Deste modo, a leitura não pode ser uma atividade secundária na sala de aula ou na vida, uma atividades que vise apenas solucionar problemas de escrita.


REFERÊNCIAS

ANJOS. Luciana Moreira dos.; FERREIRA. Aline Barbosa Francine Veloso. A importância da leitura no processo de alfabetização e o uso da biblioteca como espaço de construção do encanto pelo ato de ler. Disponível em: http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/seminario/seminario9/PDFs/3.40.pdf, acessado em 12 de maio de 2017.

CARVALHO. Leandro. História em quadrinhos como incentivo à leitura. Disponível em http://educador.brasilescola.uol.com.br/orientacoes/historia-quadrinhos-como-incentivo-leitura.htm, acessado em 12 de maio de 2017.



CORSINI. Rodinei. Gibis na alfabetização. Disponível em: http://www.revistaeducacao.com.br/gibis-na-alfabetizacao/, acessado em 12 de maio de 2017.

quarta-feira, 10 de maio de 2017




 ANSIEDADE x CONTROLE PESSOAL

A impossibilidade humana em ressignificar determinadas situações é um dos geradores que potencializam quadros de ansiedade. No entanto, estar ansioso não é algo incomum, apesar de precisarmos estar atentos para identificar e diagnosticar quando este estado deixa de ser fisiológico para tornar-se  um transtorno psiquiátrico.

O estado de ansiedade em demasia, gera sintomas psicosomáticos que comprometem significativamente a convívio social do indivíduo e suas funções ocupacionais, acentuando a sensação de sofrimento.

Mas, como podemos identificar quando uma pessoa está ansiosa? Para facilitar a compreensão acerca dos sintomas físicos e fisiológicos da ansiedade, sugerimos a observação do seguinte quadro comparativo:

Sintomas Físicos
Sintomas Psicológicos
Enjoo e vômitos
Agitação e balanço das pernas e dos braços
Tontura ou sensação de desmaio
Nervosismo
Falta de ar ou respiração ofegante
Dificuldade de concentração
Dor ou aperto no peito e palpitações no coração
Preocupação
Dor de barriga, podendo ter diarreia
Medo constante
Roer as unhas, sentir tremores e falar muito rápido
Sensação de que algo ruím vai acontecer

Tensão muscular, causando dores nas costas
Descontrole sobre os próprios pensamentos
Irritabilidade e dificuldade para dormir
Preocupação exagerada em relação à realidade

Analisando as afirmações realizadas anteriormente, temos a impressão de que o sentimento de ansiedade depende em grande parte de mudanças comportamentais por parte do indivíduo.

Todavia, nos dias de hoje, onde a sociedade nos cobra um nível altíssimo de simultaneidade e versatilidade, nas multi-tarefas que executamos, seja como profissionais, pais, cidadãos, estudantes, etc, num mundo que aumenta os níveis de violência e decai em qualidade de vida, como fica nosso enfrentamento diante de todos esses fatos?  Poderíamos dizer que a ansiedade é tão somente fruto de nosso modus operandi nestes tempos em que vivemos?


             REFERÊNCIAS

HUECK, Karen. Sobre a ansiedade Disponível em http://super.abril.com.br/saude/sobre-a-ansiedade/, acessado em 04 de maio de 2017. 

TARANTINO. Mônica; PEREIRA, Cilene. O alívio da ansidade. Revista Isto é, Edição 2470, de 13 de abril de 2017. Disponível em http://istoe.com.br/203946_O+ALIVIO+DA+ANSIEDADE/, acessado em 17 de abril de 2017.

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Ser um professor reflexivo...


Reflexão, ato ou efeito de refletir-se, concentração do espírito sobre si próprio, suas representações, ideias, sentimentos.
Partindo dessa  significação e do texto da Alarcão ser reflexivo é analisar criteriosamente  de forma intensa , intrínseca, situações ou algo que estamos envolvidos ou não, mas que indiferentemente do acontecimento nos faz pensar e agir sobre.
No que se refere a pratica educativa  a reflexão torna-se primordial para o  educando, pois a partir deste ato o mesmo analisa todos os norteadores que envolvem o papel que desempenha  no contexto de educação que está inserido diariamente. Esse processo exige muita atitude e ação acerca de inspecionar com afinco todas as tomadas de decisões que entrelaçam  objetivos, metodologias, suportes pedagógicos, avaliações e tudo mais que envolve o processo de ensino e aprendizagem no qual desenvolvemos com e junto dos alunos.
          A educação atualmente necessita que além dos conteúdos trabalhados na escola a mesma propicie situações diárias que tornem nossos  alunos seres reflexivos, que possam pensar e agir sobre as problemáticas propostas e vividas, elaborando  soluções, analisando  com criticidade os processos de aprendizagem que estão inclusos. Para que o professor consiga instigar seus alunos a este ato, o mesmo precisa tornai-o constante em sua própria prática o que não é nada fácil, pois exige uma postura de desacomodar, questionar, pensar e repensar  o que até pouco tempo tinha como correto, levantando hipóteses e alternativas que possam colaborar com a proposta de trabalho que será  construída. Esse processo individualizado requer muita boa vontade, esforço e profissionalismo da parte do educando,  levando–o a autonomia em sua prática, se for realizado com dedicação e conhecimento na área.
            Diariamente penso, repenso e questiono minha pratica, nas escolhas de dinâmicas, técnicas, jogos e atividades. Estou sempre  analisando as situações em sala de aula, se meus alunos corresponderam aos objetivos propostos, mas independente do resultado obtido, reflito sempre por que o resultado se deu e o que poderia ser feito diferente, afim de cada vez mais ver meus alunos desenvolvendo se adequadamente. Minha reflexão gira em torno de como meu aluno aprende, pois acredito que ao entender como esse processo se dá, identificando suas facilidades e dificuldades, consigo traçar objetivos que os levam a ultrapassar essa etapa avançando adequadamente em sua formação. Por isso, todo professor segundo Alarcão ( 1996): [...] tem de ser capaz de interpretar o que vê fazer, de imitar sem copiar, de recriar, de transformar. Só o conseguirá se reflectir sobre o que faz e sobre o que vê fazer.  (ALARCÃO, 1996, p. 18).Um olhar atento, crítico e constante sobre a prática  nos proporciona enquanto professores uma autonomia agregada de significações e conhecimentos que como resultado enriquecem  nossas aulas, fazendo que nossos alunos mantenham- se ativos na construção do seu conhecimento.

 REFERÊNCIAS:

ALARCÃO, Isabel. Ser professor reflexivo. In: ___. (Org.). Formação reflexiva de professores – estratégias de supervisão. Porto, Editora Porto, 1996 (páginas 1-16 da adaptação)