domingo, 5 de agosto de 2018

Reflexão : O ato de Avaliar?





A partir das charges apresentadas nota-se que os personagens não estão sendo avaliados da mesma forma, de maneira classificatória, desta maneira nem todos conseguiriam obter “bons resultados” visto que não são levadas em consideração suas especificidades. Segundo Hoffmann


“Na concepção de avaliação classificatória, a qualidade se refere a padrões preestabelecidos, em bases comparativas: critérios de promoção (elitista, discriminatório), gabaritos de respostas às tarefas, padrões de comportamento ideal. Uma qualidade que se confunde com a quantidade, pelo sistema de médias, estatísticas, índices numéricos dessa qualidade. Contrariamente, qualidade, numa perspectiva mediadora de avaliação, significa desenvolvimento máximo possível, um permanente “vir a ser”, sem limites preestabelecidos, embora com objetivos claramente delineados, desencadeadores da ação educativa. Não se trata aqui, como muitos compreendem, de não delinearmos pontos de partida, mas, sim, de não delimitarmos ou padronizarmos pontos de chegada.” (2009, p. 31-32).


As reflexões realizadas ao decorrer das leituras disponibilizadas nos fazem perceber quão importante é o papel do professor no processo de avaliação, como deve estar claro o objetivo da avaliação nesse processo de construção do conhecimento. Tendo como habito realizar reflexões acerca de como está avaliando e o sentido que a mesma tem durante este processo. Revisitando e solidificando a ideia de que a avaliação deve ser contínua com vistas na inclusão. Uma avaliação que contemplem as individualidades de cada aluno, o que ele sabe, o que precisa consolidar para avançar na construção do conhecimento, e o que precisa aprender ao longo do ano.
 Avaliação deve ser um recurso utilizado a favor da educação, avaliar para repensar, e reagir frente aos obstáculos enfrentados pelos alunos, reorganizando através do planejamento estratégias que contemplem e deem conta dessas dificuldades apresentadas ao longo do processo. Motivando cada vez mais os alunos a buscar soluções para as suas duvidas sanando suas dificuldades.


Atualmente mantenho o hábito da "auto reflexão", no qual reflito sobre as tomadas de decisões dentro do meu planejamento, se estou levando em consideração todos os pontos importantes necessários para que os meus alunos obtenham um desenvolvimento pleno.Se os objetivos estão sendo alcançados com êxito, se as aprendizagens estão acontecendo de forma  significativa e prazerosa e se os alunos estão participando ativamente.

A partir do inicio dessa reflexão e dos autores estudados no decorrer do curso,percebo em minha práticas muitas mudanças positivas e na aprendizagem dos alunos.

Acredito ser de suma importância a avaliação mediadora, pois ela serve de parâmetros para avaliarmos de forma positiva o que esta a contento dos alunos e o que pode ser modificado para que haja de fato uma aprendizagem significativa. A avaliação deve ser mediadora, contínua e durante o processo de aprendizagem.


REFERÊNCIAS:
Cipriano Luckesi – o que é mesmo o ato de avaliar a aprendizagem?  Revista Pátio, ano 3 nº 12, p. 11, 2000
 Souza Ferreira Souza Ferreira - Retratos da Avaliação Conflitos, desvirtuamentos e caminhos para superação 
HOFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. Porto Alegre: Mediação, 2009.








Relato de experiência 

Projeto sobre Bullying envolvendo  recursos digitais


No primeiro momento, conversamos sobre os casos de Bullying e a Violência nas escolas, surgindo assim um problema de pesquisa: — Como poderíamos apresentar propostas para modificar esta realidade?
Partimos para a criação de um Facebook da turma, após tiramos fotos da dos alunos para colocarmos no perfil, bem como fazermos a apresentação da turma nessa rede social. Fiz a divisão em grupos de cinco alunos, cada grupo deveria criar um vídeo postando uma mensagem de esperança de uma nova cultura de paz e solidariedade no ambiente escolar, compreender as diferenças e diversidades que circundam a escola.
A experiência foi bastante produtiva, pois os alunos se mostraram motivados, houve a postagens de vídeos e músicas tratando da temática, “Gentileza gera Gentileza”. Optou-se por fazer um caminho inverso, ao invés de postagens de vídeo mostrando casos de bullying, realizaram-se tarefas para buscar caminhos para se viver em paz nesse ambiente tão diversificado. Outro fato que se pode ressaltar, refere-se aos comentários, os grupos, além de postarem, deveriam fazer comentários nos outros grupos.
Acredito que essa experiência foi inovadora, pois houve uma maior aproximação entre a professora e os alunos, bem como entre eles. Outro fato refere-se à surpresa de alguns alunos ao mencionarem que poderiam utilizar seus smartphones sem problemas. Percebeu-se que muitos professores proíbem o uso dos celulares, mas esquecem que essas ferramentas podem ser utilizadas com a mudança das metodologias utilizadas pelo professor.
Portanto, compreende-se que o uso das novas tecnologias é um desafio para os professores, há a necessidade de mudarmos a nossa prática, permitindo que, com orientação, os alunos possam utilizar seus aparatos tecnológicos (notes, smartphones, câmeras etc.), afinal, os estudantes já nasceram na era digital. Dessa forma, precisamos trazer o mundo digital para o cotidiano escolar e fazermos as adaptações necessárias para o bom encaminhamento dos projetos.
Esse projeto também vem de encontro com nossos estudos neste semestre, relacionando se as teorias que  envolvem as inovações pedagógicas nos ambientes escolares e  o uso positivo das tecnologias  na sala de aula através de uma metodologia adequada.



CONCEITUANDO INOVAÇÃO PEDAGÓGICA

De acordo com a leitura da pesquisa de Cunha (2004), a inovação pedagógica apresenta-se com um perspectiva positiva, é tudo aquilo que agrega, que olhe os objetos e os fenômenos de forma diferente. Conforme um dos professores a inovação está ligada a novas formas de pensar.
Para Cunha (1988), a inovação requer uma ruptura que permita a reconfiguração do conhecimento, indo além das regularidades propostas pela modernidade, ou seja, deve-se romper com os paradigmas, não se tratando apenas da inclusão de novidades, como também da tecnologia. Requer que se compreenda o conhecimento de outra forma.
Há de se mencionar que este rompimento não significa esquecer o passado, mas sim, os professores devem ver os sujeitos de outra forma, incluindo outros aspectos, tais como: a dimensão estética e outras racionalidades.
Outro aspecto observado no decorrer da leitura, diz respeito à resistência por parte dos professores. A formação dos professores está arraigada ao modelo tradicional, dessa forma, as inovações causam, por vezes, espanto e medo de se exporem.
Portanto, a inovação pedagógica consiste em uma nova forma de se pensar a educação na sua forma prática, requer que se abarque, além do uso da tecnologia, uma ciência que busque novos paradigmas, que possa incluir aspectos sociais, estéticos, uma nova forma de perceber o sujeito, nas suas diferentes dimensões. Isso requer que o professor busque por novas metodologias de trabalho a fim de tornar as aprendizagens mais significativas para os estudantes.


Conforme  Carbonell (2002), “Existe uma concepção que é bastante aceita no âmbito educacional, que define inovação como: um conjunto de intervenções, decisões e processos, com certo grau de intencionalidade e sistematização, que trata de modificar atitudes, ideias, culturas, conteúdos, modelos e práticas pedagógicas” (p. 19). Conforme o autor, essa inovação visa desenvolver projetos, materiais pedagógicos, procedimentos de ensino e aprendizagem, exemplos didáticos e outras metodologias em sala de aula. Fomentar essas mudanças nas metodologias é necessário para que se consiga desafiar os alunos em sala de aula, assim possibilitando novas aprendizagens significativas.


Sou professora alfabetizadora, nas minhas aulas sempre me proponho a inovar, fazendo uso de diferentes recursos e tecnologias, planejando atividades dinâmicas, interativas e atraentes para os alunos, fazendo com que os mesmos sintam se entusiasmados, sendo assim protagonistas na construção do conhecimento.
 A escola dispõem de alguns recursos tecnológicos como sala digital, retroprojetor, arthur, lousa digital, rádios e sala de vídeo. A partir do meu planejamento estou sempre disposta a utilizar de  forma positiva e eficaz esses recursos visando sempre o melhor no desenvolvimento integral do aluno. Outros recursos utilizados por mim fazem parte da ludicidade, jogos, dinâmicas que envolvam os alunos e os ajudem na construção e assimilação de conteúdos importantes para essa faixa etária.


Referências:
CARBONELL, Juame. A aventura de inovar: a mudança na escola, tradução Faima Murad. Porto Alegre: Artimed Editora, 2002.

UTILIZAÇÃO DAS TICs NAS AULAS COM ALUNOS DO 1º ANO



No mês de maio  a escola na qual leciono estava comemorando 25 anos, após um reunião pedagógica fomos desafiados a trabalhar está data tão importante de foma diferenciada, na qual os alunos fossem protagonistas neste projeto alusivo ao aniversário da escola.

Entre as atividades que trabalhavam desde o cuidado e preservação da mesma  até melhorias e inovações pedagógicas no ambiente escolar, desafiei meus alunos de forma interativa a realizarem um vídeo que demonstrassem o que eles sentiam em relação a escola que estudavam. Imaginem a gama de sentimentos, ideias, experiências que foram desacomodadas ao aceitarem e realizarem este trabalho.

A ideia de organização partiu toda da turma, a professora somente ajudou-os nos detalhes que diziam respeito a organização do tempo e espaço, o qual seria utilizado.

Os alunos iniciaram o vídeo falando sobre o ponto de vista deles em relação o ambiente escolar que estavam inseridos diariamente, abordando assuntos como a hora do recreio, merenda oferecida, amizades conquistadas neste espaço, profissionais que atuam diretamente com eles, sugestões de melhorias em relação a quadra de esportes e a pracinha.

Utilizaram argumentos consistentes ao expressar suas ideias e críticas em relação a organização diária da escola, sendo sinceros e pro ativos.

Percebi que essa atividade foi de suma importância para os alunos, pois os mesmos sentiram -se  parte daquele ambiente que frequente, bem como responsáveis de certa maneira pelo mesmo. Sendo ouvidos e enxergados pelo grande grupo,  a partir de suas exposições, questionamentos e agradecimentos.

O vídeo foi assistido por todos os alunos e pais que se fizeram presente no sábado letivo alusivo ao aniversário da escola, comovendo todos os presentes, fazendo -os refletir sobre a importância da escola  para esses aluno e também sobre a formação humanista dos mesmos.

MEMÓRIA DAS TECNOLOGIAS NAS ESCOLAS


Trabalho em Dupla: Kasandra S. Oliveira e Josiane Leão

        

 Conversamos sobre o assunto, relatamos nossas vivencias individuais, entrando em consenso e realizando conexões. Nós deparamos com alguns pontos importantes compartilhados por nós, na mesma época, porém em localidades diferentes. As tecnologias utilizadas eram o livro didático, o quadro verde com giz, globo terrestre, mapas, revistas e jornais para recortes e confecção de cartazes, rádio, microscópio, folhas mimeografadas, utilizando a biblioteca da escola ou do município para pesquisa e produção de trabalhos e o caderno utilizado para registro.
Tínhamos aula geralmente na mesma sala de aula, na qual estavam expostos mapas e cartazes respectivos as nossas aprendizagens.  Eventualmente tínhamos aula no laboratório da escola, bem como na sala de vídeo na qual olhávamos algum filme (fita cassete). Realizamos muitos passeios para sistematizar alguns conhecimentos, como ida ao zoológico e museus que relatavam a história do município. Os professores planejavam algumas atividades variadas a contento, mas ficavam na maioria das vezes presos as aulas de explanações transferindo conhecimentos e os alunos registravam no caderno, após realizavam exercícios de fixação nos livros didático.
  Atualmente a maioria das escolas disponham de algumas tecnologias tais como: lousa digital, DVD, retroprojetor, computadores, Arthur, tablet, impressoras, câmera digital, filmadora, celular, caixas de som, etc que deveriam auxiliar no planejamento diferenciado do professor, bem como na execução do mesmo, tornando as aulas mais interativas e dinâmicas. Porém, nota-se um despreparo, no que diz respeito a uma parcela generosa, dos profissionais da educação para lidar com essas modernidades. O resultado desse despreparo são evasões, desmotivação e repetências. Já os professores que incorporam essas tecnologias em suas aulas de forma correta e produtiva, tem um ganho considerável quando envolve os alunos fazendo com que se desenvolvam de forma prazerosa realizando diferentes conexões. A participação, colaboração e entusiasmo dos alunos fazem a diferença transformando essa aula em algo atrativo e acolhedor já que esta geração ” nasceu em meio a utilização dessas tecnologias”, sentindo se em casa.





SÍNTESE SOBRE A TEORIA DE JEAN PIAGET E LEV VIGOTSKY

Tratando-se da teoria de Piaget e Vygotsky pode-se dizer que apresentam diferenças no que diz respeito aos aspectos externos. O primeiro acredita que ajuda externa é inviável para detectar e possibilitar o desenvolvimento do indivíduo. Já o segundo, considera-as fundamentais para o processo evolutivo.
Vygotsky apresenta uma argumentação elaborada, demonstrando que a linguagem é um processo pessoal ao mesmo tempo social. Em contrapartida, Piaget considera o desenvolvimento como o nível mental (retrospectiva). Já o primeiro, centra-se na prospecção, acredita que no processo de formação há a ajuda que influencia no desenvolvimento do sujeito, ou seja, na realização de uma tarefa.
Outro ponto relevante a ser tratado sobre a teoria da aprendizagem refere-se à forma como o indivíduo se desenvolve. Enquanto, Vygotsky afirma que a potencialidades do indivíduo devem ser consideradas no processo evolutivo. A teoria de Piaget trata de etapas as quais os seres humanos passam, são mudanças ordenadas e previsíveis.
Piaget procurar fundamentar uma teoria interacionista da formação do pensamento e da linguagem, não se atém a explicação psicológica endógena da evolução do pensamento, pois recorre simplesmente à interação social como elemento explicativo, ou seja, a aquisição da linguagem e a interação social (troca e cooperação entre indivíduos) explicam a evolução do pensamento e da linguagem.
Já a teoria Vygotskyana trata do processo dialético contínuo, a troca, a interação com pessoas mais experientes e com aspectos histórico-culturais contribuem para que se ativem processos cognitivos e comportamentais. O autor destaca a coincidência de sua hipótese com a hipótese explicativa de Piaget daquela época, pois para ele o desenvolvimento da lógica na criança é uma função direta de sua fala socializada.
Portanto, a partir das idéias apresentadas, pode-se afirmar que Piaget privilegia a maturação biológica. Enquanto Vygotsky o ambiente social.

Linguagem e educação




A aquisição da Linguagem

Percebe-se que a aquisição de linguagem passa por várias etapas. Ao observarmos os bebês, nota-se que eles emitem sons, isso ocorre através do choro, imitando sons, vogais, consoantes e sílabas. Além disso, observa-se que eles prestam muita atenção na fala dos adultos e ao som ambiente. Destaca-se também, que mesmo antes de falar, as crianças reconhecem as vozes mais conhecidas, como a voz da mãe, elas distinguem as vozes amigas e as hostis.
Já no final do primeiro ano, as crianças conseguem distinguir sons como pa e ba, dessa forma, há necessidade de observar se os bebês reagem aos sons ambientes, caso se perceba essa dificuldade, há de se investigar se ele apresenta problemas de audição.
Uma das experiencias educacionais que tive ao longo da minha carreira foi em uma Escola de Educação infantil, na qual tive a oportunidade de presenciar algum dos itens acima, constatando assim a importância de estimular desde bebê a linguagem, observando atentamente todas as demonstrações de interação e comunicação realizadas por eles.
A fala linguística se inicia no 2º ano de vida, quando há combinação de sons, isso quando ela se refere a uma pessoa, a um objeto ou a um acontecimento. Com um ano e meio a criança apresenta aproximadamente um vocabulário de 50 palavras. Além da linguagem falada, nessa fase, a criança se comunica através de gestos, sinais e linguagem corporal. Observa-se também que as primeiras sentenças são simples, são curtas e não apresentam marcadores gramaticais, nem as terminações verbais.
Já entre 4 e 5 anos, as crianças produzem sentenças que possuem em torno de 5 palavras, incluem todas as classes gramaticais, como substantivos, adjetivos, artigos, numerais, advérbios, etc. Entre 5 e 6 anos, as frases começam a crescer e seguem as normas gramaticais. Assim, acredita-se que a interação com as outras crianças, as brincadeiras de roda, cantar músicas contribuem para que elas se desenvolvam cada vez mais. Nessa fase, torna-se necessário situações mais formais para ampliarem gradativamente o vocabulário, a leitura se torna essencial.
A linguagem participa de todos os processos cognitivos do ser humano, pensamento, memória e atenção. A linguagem contribui para registrar informações, organizar a ação e o pensamento, controlar e influir sobre a conduta dos outros, possibilitar a aquisição de conhecimento, possibilitar a integração da criança ao meio social onde vive.
Para contribuir efetivamente com o desenvolvimento da fala a criança há a necessidade da atenção do adulto e dos educadores com a real intenção da emissão de sons, dos gestos e movimentos da criança, isso entre a idade de 18 meses a 3 anos. Há a necessidade de atenção, pois mesmo não conseguindo falarem sentenças completas, os sons ou até mesmo o choro, manifestam sentimentos e a necessidade de comunicar-se da criança. As situações do cotidiano, a rotina da criança requer total atenção, pois a partir dessa interação, a linguagem irá se desenvolver
Em sala de aula, os alunos devem se sentar em círculo, assim como a professora, dessa forma, a interação se dá de forma direta, ou seja, há uma maior aproximação entre todos, aumentando a comunicação e a possibilidade de interagirem.
Além disso, a prática do professor deve buscar na rotina diária, ao falar sobre higiene,por exemplo, trabalhar com imagens, músicas, ou seja, utilizar todos os recursos disponíveis para que a aquisição da linguagem se desenvolva de forma gradual e efetiva.
Portanto, observa-se que a aquisição da linguagem ocorre desde a mais tenra idade, os bebês emitem sons e gradativamente com o decorrer de seu crescimento, entre 4 e 5 anos se comunicam a partir de sentenças ordenadas utilizando de recursos gramaticais.
Sendo portanto, importantíssimo o papel do professor durante esta aquisição, para que haja um desenvolvimento integral das crianças neste sentindo, trabalhando sempre com a família, sendo está  aliada, de forma uma a complementar a  assessoria da outra.

EJA: Relato de Experiência Parte II




OBSERVAÇÕES

1º DIA: Neste primeiro dia de observação, cheguei à escola 20 minutos antes do início da aula. Busquei um lugar no fundo da sala para não atrapalhar o andamento, bem como não chamar muita a atenção dos alunos.
A professora apresentou-me aos alunos dizendo que eu estava visitando-os, foi bem tranquilo. No inicio da aula estava tudo tranquilo, mas observei que a maioria dos alunos chegam atrasados, pois veem direto do trabalho. A aula começou com atraso, das 18:40, a aula, propriamente dia começou às 19:00. Os alunos mais novos são mais dispersos, chegaram atrasados, o que chamou a atenção, de acordo com a professora, é que esses são os que não trabalham, atrasam-se porque ficam conversando na frente da escola.
2º DIA: O segundo dia foi mais tranquilo, os alunos pareciam menos ansiosos ou curiosos com a minha “visita”, mas observei novamente, a dificuldade de concentração dos alunos mais jovens, sim, atrapalham a aula. O que gera um conflito de gerações, os alunos entre 25 a 35 falam que não compreendem o que o pessoal vem fazer na escola. Há um início de discussão, mas a professora acalmou os ânimos e todos sentam em seus lugares, tranquilamente. A professora retoma a aula, há uma maior concentração e todos terminam as atividades.
3º DIA: Neste dia, conforme já havia combinado com a professora, seria o dia das entrevistas. Ela pediu para eu ir com os alunos para a biblioteca a fim de entrevistá-los com mais tranquilidade. Em anexo seguem as entrevistas.

O que se percebeu durante as observações, que realmente os professores têm dificuldade de adequar as suas aulas em relação à faixa etária dos alunos. Até mesmo na forma como eles se organizam, os mais maduros sempre mais a frente, e os adolescentes ficam mais espalhados em sala de aula. Os conflitos são em relação ao conteúdo e as atividades, os adolecentes demoram mais para começarem a escrever. Não todos, mas uma boa parte, alguns ficam no celular.
Em relação aos motivos te terem se matriculado na EJA, os três entrevistados responderam que o motivo foi trabalho, precisam estudar à noite. Uma as alunas respondem que parou de estudar há aos, mas está muito difícil de arrumar emprego, então ela retornou para terminar o ensino fundamental.
Nesses três dias de observação e conversa com os alunos percebeu-se que a escola apresenta a realidade das pesquisas, alunos cada vez mais jovens na modalidade EJA, os fatores desse número elevado de matrículas são por diferentes motivos, trabalho, indisciplina no ensino regular até mesmo pelo fato de serem mais velhos, reprovação nos anos anteriores, entre outros.

CONCLUSÃO
Este estudo teve como objetivo fazer um relato de experiência sobre a EJA observou-se que o público dessa modalidade vem modificando-se no decorrer dos anos.
Muitos alunos chegam a essa modalidade com idade escolar, embora mais “velhos” que os outros, ainda necessitam de uma atenção diferenciada, mesmo estudando no noturno. Ao adentrar a EJA, há outros alunos de uma faixa etária maior, o que gera conflitos que são amenizados pelos professores. Os adolescentes são mais agitados, gostam de tecnologia, celulares, tablets, etc. Já há outros alunos relatam que estão ali para estudar e não gostam dessa típica agitação juvenil.
Outro fato que foi observado refere-se à formação dos professores da EJA, há uma necessidade de cursos de aperfeiçoamento para que se possa desenvolver um trabalho de qualidade, pois essa modalidade não pode ser deixada em segundo plano, nem pelo governo, nem pelos diretores, muito menos pela sociedade. Torna-se necessário uma maior valorização para que assim todos se sintam acolhidos nesse retorno aos bancos escolares.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394/96. Diário oficial da União. 20/12/1996

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 53º ed – Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2016. 148 p.

LARIEIRA, Letícia. .30% dos alunos da Educação de Jovens e Adultos têm entre 15 a 19 anos. 2015. Disponível em: http://www.ebc.com.br Acesso em: 08.06.2018.





EJA: Relato de Experiências Parte I





EDUCAÇÃO DE JOVENS ADULTOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM BASE EM OBSERVAÇÃO

Kasandra de Oliveira

Resumo
O presente trabalho teve como objetivo analisar o perfil dos alunos da EJA, para isso, fez-se três dias de observações em uma turma de uma Escola Municipal, na cidade de São Leopoldo. Verificou-se que, diferente de outras épocas, embora a maioria repetente, a turma da EJA apresenta um perfil diferente de tempos anteriores. Os alunos chegam a essa etapa cada vez mais jovens. A turma observada possui 20 alunos, 15 alunos estão entre 15 a 20 anos, os demais entre 21 a 35 anos, ou seja, a maioria são alunos que reprovaram entre 2 a 3 anos, por diferentes fatores, começaram a trabalhar, falta de motivação, questões familiares ou a própria negligência dos pais ou responsáveis.. O restante da turma, os alunos entre a faixa etária entre 21 a 35 anos, retornaram aos estudos por motivos de trabalho. Dessa forma, compreendeu-se que o perfil da EJA no município de São Leopoldo, vem alterando-se no decorrer dos anos.



Palavras- chave: EJA. Faixa Etária. Escola

INTRODUÇÃO

Atualmente, através do diálogo entre os professores e alunos do curso de Pedagogia, venho observando que a maioria dos professores da Educação de Jovens Adultos (EJA), vem comentando sobre o perfil dos alunos que chegam aos bancos escolares, a sua grande maioria para estudar no noturno, que apresentam um perfil diferente do que vinha se observando anteriormente, ou seja, os alunos estão cada vez mais jovens, e são inúmeros os fatores que os levam a essa modalidade de ensino.
A modalidade de EJA recebeu várias modificações ao longo da história da educação no Brasil e é colocada como direito na LDB nº 9394/96, acredita-se que o professor necessita amparar-se na lei, mas, sobretudo, observar os alunos, o perfil, idade, particularidades, etc. e fazer as adequações necessárias para que esse aluno não apenas conclua tanto o ensino fundamental e médio, mas que também, desenvolva as suas habilidades e competências. Assim, o aluno da EJA não pode ser visto como indisciplinado, repetente, mas como um aluno a ser motivado para seguir seus estudos e reconstruir a sua história dentro do processo educacional.
Este trabalho relata as transformações vividas por alunos da EJA ao longo da sua trajetória, além de analisar, através de suas falas, motivos que o levou a abandonar os estudos, sua opinião sobre a educação e suas conquistas ao voltar a estudar, sabendo que este era um reinicio de sua trajetória escolar.

METODOLOGIA

Por se tratar de um relato, optou-se por fazer 2 dias de observação e 1 dia de entrevista com os alunos da EJA da Escola Municipal Castro Alves em São Leopoldo. Escolhemos a entrevista como instrumento de pesquisa por “ser um gênero que permite a construção de identidades através da interação comunicativa” (MEDRADO, 2007, p744 apud FERREIRA, 2010).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Segundo o Censo Escolar de 2014, o Brasil possui cerca de 3,5 milhões de pessoas matriculados na EJA. Essa modalidade é direcionada a alunos que não puderam completar os estudos no decorrer no ensino regular, isso ao longo da infância e da adolescência.
Entretanto, ainda de acordo com o Censo, aproximadamente 1 milhão desses alunos ainda estão em idade escolar, 30% das matrículas da EJA do Brasil são de jovens com idades entre 15 e 19 anos.
De acordo com Soares (2015), muitos estudantes optam por essa modalidade, pois é uma via mais rápida, uma estratégia de recuperação dos anos perdidos, ou seja, a evasão e a defasagem idade-série. Também, pode-se dizer que o horário é mais propício para aquele aluno trabalhador, porque as aulas da EJA se organizam no horário noturno na maioria das escolas.
Outro fato a ser comentado, refere-se ao fato de haver outros incentivadores para que o aluno opte pela EJA, é um incentivo velado que parte muitas vezes dos familiares ou até mesmo dos próprios professores, a EJA é mais fácil, supõe-se que o aluno tenha dificuldades de aprendizagem, assim ele é matriculado nessa modalidade. Preponderante em algumas situações, o aluno considerado “problema”, por apresentar uma idade diferente dos demais, problemas de indisciplina, o melhor seria a matrícula no noturno (SOARES, 2015).
Verifica-se que na prática, são inúmeros fatores que vem modificando o perfil dos alunos dessa modalidade de ensino.
As palavras de Larieira (2015) remetem a uma questão de organização das aulas do professor da EJA, visto que em uma sala de aula há idades diferentes, desde adolescentes a alunos mais maduros, esse é um fato que causa problemas na hora do planejamento do professor, pois são vivências, conhecimento de mundo diferente.

A elevada matrícula de jovens na EJA têm representado desafios para professores e gestores da modalidade, que buscam conciliar a heterogeneidade de faixas etárias em uma mesma sala de aula, dando conta das expectativas, necessidades e ritmos de cada uma delas. Planejada em sua origem para um público adulto, a EJA têm precisado se reinventar ao oferecer também propostas mais ligadas ao universo juvenil.

Assim, sabendo dessa realidade, buscou-se através desse relato, fazer as observações e entrevistas com os alunos da EJA.

EJA

Curso de Extensão

           Educação de Jovens e Adultos


Direito, Práticas Pedagógicas e Investigação




Parte II

       Diversidade e contemporaneidade

Assistam ao curta interessantissímo:

Ninguém Nasce Racista - CRIANÇA ESPERANÇA   

(vídeo emocionante)








O racismo está arraigado em nossa sociedade desde muito tempo, mesmo com o advento de uma nova legislação, há a necessidade de uma abordagem e ampla discussão no espaço escolar, a fim de que se encontre caminhos para minimizar ou erradicar situações de constrangimento e preconceito pelos quais passam nossos alunos, não apenas eles, situações de cunho racista permeiam até mesmo entre colegas de profissão. Tratando-se de piadas racistas, observações sobre o "cabelo ruim", a inveja branca, ou até mesmo, o dito "serviço de negro". Observa-se que na EJA, pode-se fazer um trabalho, não no sentido de vitimização do povo negro, mostrar que muitos foram e são importantes na história, em nossa política.O que difere do espaço ocupado pelo negro em nossas novelas, por  exemplo, onde possuem locais sociais, digamos, de menor prestígio social, são empregados que servem o café, motoristas, nada mais dignificante,mas há a necessidade de mostrar que eles precisam e devem buscar a valorização. Este vídeo nos traz uma lição, que  "continuar criança" nos salvaria de sermos preconceituosos ou passarmos por situações complicadas... neste link segue uma história muito curiosa de dois coleguinhas que tentaram "enganar" a professora... vale muito ver. https://extra.globo.com/noticias/mundo/menino-corta-cabelo-igual-amigo-para-tentar-enganar-professora-21005862.html


=>Alguns questionamentos acerca do assunto:

*Os pré conceitos se forjam, inicialmente no âmbito familiar
*A necessidade de problematizarmos as classificações hierárquicas que construímos 
*A EJA como um espaço da diferença
*O avanço na legislação que qualifica o racismo como crime inafiançável e imprescritível.
* As formas sutis de discriminação: o olhar, a piada, expressões como " denegrir", inveja branca ( como boa), lista negra, etc.
* A invisibilidade negra nas histórias infantis.




EJA: Diversidade e contemporaneidade

  Educação de Jovens e Adultos


Direito, Práticas Pedagógicas e Investigação

pARTE i

DISCUTINDO A DIVERSIDADE E A DIFERENÇA

Identidade, diferenças e preconceito


Torna-se relevante, antes de se discutir a questão do preconceito no ambiente escolar, compreender a questão da identidade, pois ela é um construção social adquiridas pelo indivíduo  a partir da herança cultural e isso confere diferenças a cada um de nós. No espaço escolar a "tradição" é tentar fazer com que os indivíduos sejam considerados todos iguais, mas em que sentido? Desconsiderando a bagagem que eles trazem de casa, as vivências no âmbito familiar,nos grupos sociais que eles frequentam? A identidade não nos mostra que há um contraste entre os alunos, entre as pessoas? Acredito que cabe aos educadores uma abordagem consciente dessas diferenças, realizando projetos e trazendo para a sala de aula a possibilidade de tratar sobre a  diversidade, considerando aspectos positivos e contribuições dos alunos, dos familiares, sim, este é um grande desafio, pois se percebe que se encontra arraigado em nossa sociedade a ideia de uma "classe superior", " que possui um gosto musical melhor", sim, são apenas exemplos, mas que se não compreendidos de forma satisfatória por parte do corpo docente, poderá, veja bem, poderá reforçar situações de preconceito e racismo. Há a necessidade de se criarem caminhos para combater a discriminação religiosa, de raça, de gênero, social, entre outras, que permeiam o espaço escolar multicultural, diverso... espera-se que se crie  um local onde todos sejam respeitados dentro de suas peculiaridades.

O trecho da música Lavagem Cerebral de Gabriel  O Pensador aborda sobre algumas diferenças.

Não se importe com a origem ou a cor do seu semelhante
O quê que importa se ele é nordestino e você não?
O quê que importa se ele é preto e você é branco?
Aliás branco no Brasil é difícil porque no Brasil somos todos mestiços
Se você discorda então olhe pra trás
Olhe a nossa história
Os nossos ancestrais
O Brasil colonial não era igual a Portugal
A raiz do meu país era multirracial
Tinha índio, branco, amarelo, preto
Nascemos da mistura então porque o preconceito?
Barrigas cresceram
O tempo passou...
Nasceram os brasileiros cada um com a sua cor
Uns com a pele clara outros mais escura
Mas todos viemos da mesma mistura
Então presta atenção nessa sua babaquice
Pois como eu já disse racismo é burrice
Dê a ignorância um ponto final:
Faça uma lavagem cerebral.

EJA



Sugiro que todos assistam ao filme :

"Uma Lição de Vida".




O filme O Aluno/Um lição de vida se passa no Quênia, o protagonista, senhor Marug, com 84 anos, após ouvir a propaganda do governo sobre educação para todos, resolve procurar uma escola para aprender a ler e escrever, mas encontrou inúmeras dificuldades, pois não havia uma classe "adequada", ou seja, havia alfabetização apenas de crianças de 6 anos. Embora tenha encontrado essa dificuldade, Marug não desistiu de seu sonho, mesmo que sendo bastante criticado pelos moradores locais, tornou-se um aluno bastante aplicado e atingiu os seus objetivos. Observa-se que, embora se passe no Quênia, esta história reflete o descaso com a educação dos adolescentes e adultos, tivemos grandes avanços no campo educacional, com a obrigatoriedade da matricula das crianças na educação infantil desde os 4 anos, mas há de se pensar na educação de todos os cidadãos que por, diferentes motivos, não tiveram a oportunidade de dar continuidade a seus estudos ou, até mesmo, iniciá-los. Cabe perceber a EJA como indispensável para a formação cidadã a fim de beneficiar toda a sociedade.

E leiam o texto "Histórias e Memórias da Educação no Brasil, Vol. III - Séc. XX"
 das autoras Maria Stephanou e Maria Helena Camara Bastos.


Através da leitura percebeu-se que a alfabetização , visando à formação cidadã do povo brasileiro, não foi a questão prioritária dos diferentes governos. Desde a colonização, a partir da catequização dos índios, não houve respeito às tradições e a cultura do povo. Educavam-se as crianças e as viam como multiplicadores a fim de repassar os ensinamentos cristãos para as pessoas que conviviam.  Em 1834, com o Ato Adicional a educação teve caráter filantrópico, a fim de regenerar os adultos, uma massa de pobres, negros livres, até mesmo, negros escravos, a educação doméstica ultrapassava a educação realizada no interior do sistema formal. Já em 1890, 1891, o analfabetismo era visto como "vergonha nacional", Havia mais de 80% de analfabetos, percebeu-se aqui, uma preocupação não com o povo, mas sim com as eleições,pois os analfabetos eram proibidos de votar e eram selecionados por renda. Um vergonha diante dos países mais adiantados.  O povo era considerado degenerado e incapaz, deveria haver uma educação moral também, a fim de "endireitar" a massa pobre da sociedade. No século XX, as experiências foram traumáticas, apenas havia um processo de memorização com as cartilhas do ABC, havia a dificuldade com a abstração dos conteúdos e a inflexibilidade dos professores.  Em 1947, surge, na prática o supletivo, havia uma preocupação com as eleições diretas e com a pressão internacional, neste período 56% da população com mais de 15 anos era analfabeta. Nos anos da ditadura, qualquer um poderia ser professor, a ideia era ensinar desenhar o nome no antigo Mobral. Passado os anos, em 1985 surge a Fundação Educar, mas logo foi extinta em 1990 pelo governo Collor, ocorrendo assim, a falta de articulação entre o Governo Federal e os Estados, os município passaram a assumir a responsabilidade pela EJA. A Constituição de 1988 surge como um marco na história da educação, pois surge como direito do cidadão. Verificou-se diferentes medidas por parte de diferentes governos, mas não teve como prioridade o cidadão, sendo esse considerado incapaz, não ocorrendo uma contextualização do ensino com ênfase na formação integral e cidadã. Não poderia deixar de ressaltar a importância de Paulo Freire e dos movimentos  de cultura popular das décadas de 50 e 60, período em que se deu importância aos saberes do povo, as vivências, entre outros tantos cuidados que se teve com a aprendizagem. Observou-se que a preocupação maior dos governos foram com os índices de analfabetismo. Trazendo para o período atual, tivemos muitos avanços, mas agora retrocessos na área educacional. 
 




Como é a escola?

            Após realizar a leitura da proposta de trabalho disponibilizada pela professora do Seminário integrador, para o dia de hoje, constatei depois de breve reflexão sobre a descrição da escola em destaque, que a mesma não foge dos moldes e formatos das escolas atuais, nas quais estamos acostumados a lecionar. Pois, infelizmente ainda nós deparamos com situações, de certa maneira cotidianas, que acontecem dentro do espaço escolar que nos sinalizam o quanto a escola está precária no que diz respeito às modificações e avanços pedagógicos, que deveriam acontecer ao longo do tempo, acompanhando as mudanças socioeconômicas, culturais, etc., em nossa sociedade para  dar conta da demanda educacional que esta nova organização de sociedade vem exigindo.
            A escola em questão, possui um grupo de profissionais bem diversificados, no que diz respeito às praticas de aprendizagens realizadas em sala de aula, notasse que não há um consenso e nem uma unificação entre os profissionais da educação que trabalham na mesma, cada um exerce sua função de acordo com o que acredita ou aprendeu em sua caminhada profissional, não seguem em sua totalidade um mesmo modelo pedagógico epistemológico, o que ocasiona inúmeros problemas que refletem na construção do conhecimento deste grupo de alunos.
            Analisando criticamente os personagens que compõem esta escola, nós deparamos com um diretor que preocupasse com o aumento da indisciplina nas dependências da escola, o que para ele é inadmissível acontecer. Defende que o professor deve ser autoridade em sala de aula, tendo controle absoluto da turma, transmitindo o conhecimento para aluno, que os mesmos  devem dominar todos os conteúdos repassados e serem disciplinados dentro do ambiente escolar, não questionar os apontamentos do mestre. O que esperar de uma escola na qual, o responsável no que diz respeito a hierarquia , no caso o diretor, demonstra ao grande grupo seguir um modelo de educação ultrapassado, que não cabe nos moldes da sociedade atual.
             Continuemos, a professora Orquídea desabafa, que mesmo preparando excelentes aulas nos seus  finais de semana, explicando várias vezes os conteúdos em aula,  os seus alunos não conseguem corresponder suas expectativas, não  resolvem com êxito os exercícios solicitados pela, mesma e reclama que os alunos de hoje só querem conversar e não dão a mínima para o que ela esta propondo. Veja que a proposta de trabalho desta professora caracteriza-se como a Pedagogia diretiva. Portanto, o professor é o detentor do saber, as aulas são expositivas, o aluno aprende por causa do professor, notasse uma falta de autonomia do discente.
            Em contra partida, neste mesmo grupo nos deparamos com a professora Margarida, que coloca ao grupo que também trabalhava da mesma maneira que a colega acima, mas que adaptou se as mudanças impostas pela sociedade,  deixando a pedagogia diretiva de lado para seguir a pedagogia relacional. A professora desafia os alunos, a sala de aula passa a ser um espaço de descobertas, de bom convívio do grupo, os alunos são desafiados e aprendem desenvolvendo conteúdos por assimilação dentro de um processo de problematização e interação. Estimula no discente a autonomia e aprendizagem colaborativa, de trocas entre professor e aluno/ aluno e aluno/ aluno e professor. Essa proposta educacional, a meu ver, é a que melhor funciona dando conta das especificidades do aluno, fazendo  com que ele participe ativamente da construção do seu conhecimento e encontre no professor um mediador que proporcione situações problemas que venham de encontro com a vida e cotidiano do aluno, que tenha significado para o mesmo.
            A professora Rosa em suas aulas nos exemplifica o que seria uma Pedagogia Não Diretiva e seu pressuposto epistemológico, quando nos coloca que os professores devem escutar seus alunos, saber quais as suas dificuldades e seus interesses, deixando-os livre para escolher o que deve ser trabalhado nas aulas, com a desculpa que os alunos devem ficar livres para expor sua criatividade. Desta maneira, o professor transforma a sala de aula em um espaço no qual se faz o que se quer a hora que se quer, pois a aula depende do espontaneísmo do aluno, o professor caracteriza-se como facilitado, não interfere e nem contribui durante o processo de aprendizagem. Afirma que o sujeito tem condições de aprender sozinho e que não sofre influencia.
            Fechamos com os apontamentos feitos pela a professor Cravo, que trabalha em duas realidades  extremas,  escola particular e escola pública. Ele coloca ao grupo que se por ventura, for trabalhar na escola pública o que trabalha na escola privada, acaba reprovando a maioria dos alunos. Deixando bem claro que sua preocupação não é com a qualidade do ensino e  sim com as  futuras incomodações que a demanda de reprovação poderia causar.
            Infelizmente o sistema educacional permanece-nos mesmos moldes do passado, tanto na estrutura física quanto pedagógica. O que é ainda pior. Antigamente o público alvo das escolas era composto pela elite, o ensino não era para todos.
            As escolas ainda em sua maioria seguem os modelos tradicionais de ensino, mas aos poucos alguns profissionais e instituições estão repensando suas metodologias.
            A sociedade mudou e o sistema escolar permanece o mesmo, precisamos contestar a estrutura atual, possibilitando aos nossos alunos autonomia e criticidade. Usar o foco de interesse do mesmo como instrumento desafiante para que a escola seja prazerosa e atraente. E repensar constantemente nossa prática e para conseguir isso, precisamos continuar evoluindo e repensando nosso papel de educador.

Referências
BECKER, Fernando. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos. Educação e Realidade, Porto Alegre, p.89-96, 01 jun.1994.
MACEDO, Lino de. O construtivismo e sua função educacional. Educação e Realidade, Porto Alegre, p.25-31, 01 jun. 1993.
TOSTO,  Rosanei. Escola Democráticas Utopias ou Realidade. Revista Pandora Brasil, ISSN 2175-3318. V. 4. 2011.
VARELA, Julia et al. A Maquinaria Escolar. Teoria e Educação, São Paulo, n. 6, p. 68-96, 1992.

sexta-feira, 3 de agosto de 2018





UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
CURSO DE GRADUAÇÃO LICENCIATURA EM PEDAGOGIA NA MODALIDADE A DISTÂNCIA


Aluna: Kasandra dos Santos de Oliveira

No texto de abertura, Hilton Japiassu nos fala da compartimentalização dos saberes e da importância do trabalho integrado. De que modo vocês relacionam estas questões com a “Fragmentação dos processos de produção (Taylorismo & Fordismo) e da cultura escolar” e “As novas necessidades das economias de produção flexível” expostas por Santomé?


Os espaços escolares refletem politicamente a sociedade em que estão inseridas e historicamente apresentam as correntes teóricas e suas intencionalidades políticas.
O processo de desenvolvimento industrial começou no fim do século XVIII e início do século XIX, a partir daí houve a necessidade de buscar maneiras de melhor controlar os gastos, a produtividade, o trabalhador e o retorno financeiro.
Diante disso, no decorrer do tempo surgiram diversos tipos de modelos e sistemas de produção industrial, um tipo sempre superava o outro de acordo com o momento histórico e suas respectivas necessidades e esses modelos foram perpassados aos mais variados níveis sociais entre eles, a educação.
Alunos desde a época industrial são tratados nestes modelos de formação de massa em que entram únicos e saem por sua vez, padronizados pelos espaços educativos pelos quais foram formados.
Existe o controlador e os comandados; nesta escolha política, intencional e que, infelizmente vemos até os dias de hoje percebemos que os prejudicados são as crianças e a sociedade de um modo geral que não consegue romper com estes padrões hierárquicos.

Além do mais no que diz respeito às organizações pedagógicas esta ideia de compartimentalização dos saberes, controle dos corpos e a não participação dos processos por parte dos alunos, promove uma escola antidemocrática e que não favorece o desenvolvimento global dos alunos.