Como é a
escola?
Após
realizar a leitura da proposta de trabalho disponibilizada pela professora do
Seminário integrador, para o dia de hoje, constatei depois de breve reflexão
sobre a descrição da escola em destaque, que a mesma não foge dos moldes e
formatos das escolas atuais, nas quais estamos acostumados a lecionar. Pois,
infelizmente ainda nós deparamos com situações, de certa maneira cotidianas,
que acontecem dentro do espaço escolar que nos sinalizam o quanto a escola está
precária no que diz respeito às modificações e avanços pedagógicos, que
deveriam acontecer ao longo do tempo, acompanhando as mudanças socioeconômicas,
culturais, etc., em nossa sociedade para
dar conta da demanda educacional que esta nova organização de sociedade
vem exigindo.
A
escola em questão, possui um grupo de profissionais bem diversificados, no que
diz respeito às praticas de aprendizagens realizadas em sala de aula, notasse
que não há um consenso e nem uma unificação entre os profissionais da educação
que trabalham na mesma, cada um exerce sua função de acordo com o que acredita
ou aprendeu em sua caminhada profissional, não seguem em sua totalidade um
mesmo modelo pedagógico epistemológico, o que ocasiona inúmeros problemas que
refletem na construção do conhecimento deste grupo de alunos.
Analisando
criticamente os personagens que compõem esta escola, nós deparamos com um
diretor que preocupasse com o aumento da indisciplina nas dependências da
escola, o que para ele é inadmissível acontecer. Defende que o professor deve
ser autoridade em sala de aula, tendo controle absoluto da turma, transmitindo
o conhecimento para aluno, que os mesmos devem dominar todos os conteúdos repassados e
serem disciplinados dentro do ambiente escolar, não questionar os apontamentos
do mestre. O que esperar de uma escola na qual, o responsável no que diz
respeito a hierarquia , no caso o diretor, demonstra ao grande grupo seguir um
modelo de educação ultrapassado, que não cabe nos moldes da sociedade atual.
Continuemos, a professora Orquídea desabafa,
que mesmo preparando excelentes aulas nos seus
finais de semana, explicando várias vezes os conteúdos em aula, os seus alunos não conseguem corresponder suas
expectativas, não resolvem com êxito os
exercícios solicitados pela, mesma e reclama que os alunos de hoje só querem
conversar e não dão a mínima para o que ela esta propondo. Veja que a proposta
de trabalho desta professora caracteriza-se como a Pedagogia diretiva.
Portanto, o professor é o detentor do saber, as aulas são expositivas, o aluno
aprende por causa do professor, notasse uma falta de autonomia do discente.
Em
contra partida, neste mesmo grupo nos deparamos com a professora Margarida, que
coloca ao grupo que também trabalhava da mesma maneira que a colega acima, mas
que adaptou se as mudanças impostas pela sociedade, deixando a pedagogia diretiva de lado para
seguir a pedagogia relacional. A professora desafia os alunos, a sala de aula
passa a ser um espaço de descobertas, de bom convívio do grupo, os alunos são
desafiados e aprendem desenvolvendo conteúdos por assimilação dentro de um
processo de problematização e interação. Estimula no discente a autonomia e
aprendizagem colaborativa, de trocas entre professor e aluno/ aluno e aluno/
aluno e professor. Essa proposta educacional, a meu ver, é a que melhor
funciona dando conta das especificidades do aluno, fazendo com que ele participe ativamente da
construção do seu conhecimento e encontre no professor um mediador que
proporcione situações problemas que venham de encontro com a vida e cotidiano
do aluno, que tenha significado para o mesmo.
A
professora Rosa em suas aulas nos exemplifica o que seria uma Pedagogia Não
Diretiva e seu pressuposto epistemológico, quando nos coloca que os professores
devem escutar seus alunos, saber quais as suas dificuldades e seus interesses,
deixando-os livre para escolher o que deve ser trabalhado nas aulas, com a
desculpa que os alunos devem ficar livres para expor sua criatividade. Desta
maneira, o professor transforma a sala de aula em um espaço no qual se faz o
que se quer a hora que se quer, pois a aula depende do espontaneísmo do aluno,
o professor caracteriza-se como facilitado, não interfere e nem contribui
durante o processo de aprendizagem. Afirma que o sujeito tem condições de
aprender sozinho e que não sofre influencia.
Fechamos
com os apontamentos feitos pela a professor Cravo, que trabalha em duas
realidades extremas, escola particular e escola pública. Ele
coloca ao grupo que se por ventura, for trabalhar na escola pública o que
trabalha na escola privada, acaba reprovando a maioria dos alunos. Deixando bem
claro que sua preocupação não é com a qualidade do ensino e sim com as
futuras incomodações que a demanda de reprovação poderia causar.
Infelizmente
o sistema educacional permanece-nos mesmos moldes do passado, tanto na
estrutura física quanto pedagógica. O que é ainda pior. Antigamente o público
alvo das escolas era composto pela elite, o ensino não era para todos.
As
escolas ainda em sua maioria seguem os modelos tradicionais de ensino, mas aos
poucos alguns profissionais e instituições estão repensando suas metodologias.
A
sociedade mudou e o sistema escolar permanece o mesmo, precisamos contestar a
estrutura atual, possibilitando aos nossos alunos autonomia e criticidade. Usar
o foco de interesse do mesmo como instrumento desafiante para que a escola seja
prazerosa e atraente. E repensar constantemente nossa prática e para conseguir
isso, precisamos continuar evoluindo e repensando nosso papel de educador.
Referências
BECKER, Fernando. Modelos pedagógicos
e modelos epistemológicos. Educação e Realidade, Porto Alegre, p.89-96, 01
jun.1994.
MACEDO, Lino de. O
construtivismo e sua função educacional. Educação e Realidade, Porto Alegre,
p.25-31, 01 jun. 1993.
TOSTO, Rosanei. Escola Democráticas Utopias ou
Realidade. Revista Pandora Brasil, ISSN 2175-3318. V. 4. 2011.
VARELA, Julia et al. A
Maquinaria Escolar. Teoria e Educação, São Paulo, n. 6, p. 68-96, 1992.
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