domingo, 5 de agosto de 2018




Como é a escola?

            Após realizar a leitura da proposta de trabalho disponibilizada pela professora do Seminário integrador, para o dia de hoje, constatei depois de breve reflexão sobre a descrição da escola em destaque, que a mesma não foge dos moldes e formatos das escolas atuais, nas quais estamos acostumados a lecionar. Pois, infelizmente ainda nós deparamos com situações, de certa maneira cotidianas, que acontecem dentro do espaço escolar que nos sinalizam o quanto a escola está precária no que diz respeito às modificações e avanços pedagógicos, que deveriam acontecer ao longo do tempo, acompanhando as mudanças socioeconômicas, culturais, etc., em nossa sociedade para  dar conta da demanda educacional que esta nova organização de sociedade vem exigindo.
            A escola em questão, possui um grupo de profissionais bem diversificados, no que diz respeito às praticas de aprendizagens realizadas em sala de aula, notasse que não há um consenso e nem uma unificação entre os profissionais da educação que trabalham na mesma, cada um exerce sua função de acordo com o que acredita ou aprendeu em sua caminhada profissional, não seguem em sua totalidade um mesmo modelo pedagógico epistemológico, o que ocasiona inúmeros problemas que refletem na construção do conhecimento deste grupo de alunos.
            Analisando criticamente os personagens que compõem esta escola, nós deparamos com um diretor que preocupasse com o aumento da indisciplina nas dependências da escola, o que para ele é inadmissível acontecer. Defende que o professor deve ser autoridade em sala de aula, tendo controle absoluto da turma, transmitindo o conhecimento para aluno, que os mesmos  devem dominar todos os conteúdos repassados e serem disciplinados dentro do ambiente escolar, não questionar os apontamentos do mestre. O que esperar de uma escola na qual, o responsável no que diz respeito a hierarquia , no caso o diretor, demonstra ao grande grupo seguir um modelo de educação ultrapassado, que não cabe nos moldes da sociedade atual.
             Continuemos, a professora Orquídea desabafa, que mesmo preparando excelentes aulas nos seus  finais de semana, explicando várias vezes os conteúdos em aula,  os seus alunos não conseguem corresponder suas expectativas, não  resolvem com êxito os exercícios solicitados pela, mesma e reclama que os alunos de hoje só querem conversar e não dão a mínima para o que ela esta propondo. Veja que a proposta de trabalho desta professora caracteriza-se como a Pedagogia diretiva. Portanto, o professor é o detentor do saber, as aulas são expositivas, o aluno aprende por causa do professor, notasse uma falta de autonomia do discente.
            Em contra partida, neste mesmo grupo nos deparamos com a professora Margarida, que coloca ao grupo que também trabalhava da mesma maneira que a colega acima, mas que adaptou se as mudanças impostas pela sociedade,  deixando a pedagogia diretiva de lado para seguir a pedagogia relacional. A professora desafia os alunos, a sala de aula passa a ser um espaço de descobertas, de bom convívio do grupo, os alunos são desafiados e aprendem desenvolvendo conteúdos por assimilação dentro de um processo de problematização e interação. Estimula no discente a autonomia e aprendizagem colaborativa, de trocas entre professor e aluno/ aluno e aluno/ aluno e professor. Essa proposta educacional, a meu ver, é a que melhor funciona dando conta das especificidades do aluno, fazendo  com que ele participe ativamente da construção do seu conhecimento e encontre no professor um mediador que proporcione situações problemas que venham de encontro com a vida e cotidiano do aluno, que tenha significado para o mesmo.
            A professora Rosa em suas aulas nos exemplifica o que seria uma Pedagogia Não Diretiva e seu pressuposto epistemológico, quando nos coloca que os professores devem escutar seus alunos, saber quais as suas dificuldades e seus interesses, deixando-os livre para escolher o que deve ser trabalhado nas aulas, com a desculpa que os alunos devem ficar livres para expor sua criatividade. Desta maneira, o professor transforma a sala de aula em um espaço no qual se faz o que se quer a hora que se quer, pois a aula depende do espontaneísmo do aluno, o professor caracteriza-se como facilitado, não interfere e nem contribui durante o processo de aprendizagem. Afirma que o sujeito tem condições de aprender sozinho e que não sofre influencia.
            Fechamos com os apontamentos feitos pela a professor Cravo, que trabalha em duas realidades  extremas,  escola particular e escola pública. Ele coloca ao grupo que se por ventura, for trabalhar na escola pública o que trabalha na escola privada, acaba reprovando a maioria dos alunos. Deixando bem claro que sua preocupação não é com a qualidade do ensino e  sim com as  futuras incomodações que a demanda de reprovação poderia causar.
            Infelizmente o sistema educacional permanece-nos mesmos moldes do passado, tanto na estrutura física quanto pedagógica. O que é ainda pior. Antigamente o público alvo das escolas era composto pela elite, o ensino não era para todos.
            As escolas ainda em sua maioria seguem os modelos tradicionais de ensino, mas aos poucos alguns profissionais e instituições estão repensando suas metodologias.
            A sociedade mudou e o sistema escolar permanece o mesmo, precisamos contestar a estrutura atual, possibilitando aos nossos alunos autonomia e criticidade. Usar o foco de interesse do mesmo como instrumento desafiante para que a escola seja prazerosa e atraente. E repensar constantemente nossa prática e para conseguir isso, precisamos continuar evoluindo e repensando nosso papel de educador.

Referências
BECKER, Fernando. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos. Educação e Realidade, Porto Alegre, p.89-96, 01 jun.1994.
MACEDO, Lino de. O construtivismo e sua função educacional. Educação e Realidade, Porto Alegre, p.25-31, 01 jun. 1993.
TOSTO,  Rosanei. Escola Democráticas Utopias ou Realidade. Revista Pandora Brasil, ISSN 2175-3318. V. 4. 2011.
VARELA, Julia et al. A Maquinaria Escolar. Teoria e Educação, São Paulo, n. 6, p. 68-96, 1992.

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