domingo, 5 de agosto de 2018

EJA: Relato de Experiência Parte II




OBSERVAÇÕES

1º DIA: Neste primeiro dia de observação, cheguei à escola 20 minutos antes do início da aula. Busquei um lugar no fundo da sala para não atrapalhar o andamento, bem como não chamar muita a atenção dos alunos.
A professora apresentou-me aos alunos dizendo que eu estava visitando-os, foi bem tranquilo. No inicio da aula estava tudo tranquilo, mas observei que a maioria dos alunos chegam atrasados, pois veem direto do trabalho. A aula começou com atraso, das 18:40, a aula, propriamente dia começou às 19:00. Os alunos mais novos são mais dispersos, chegaram atrasados, o que chamou a atenção, de acordo com a professora, é que esses são os que não trabalham, atrasam-se porque ficam conversando na frente da escola.
2º DIA: O segundo dia foi mais tranquilo, os alunos pareciam menos ansiosos ou curiosos com a minha “visita”, mas observei novamente, a dificuldade de concentração dos alunos mais jovens, sim, atrapalham a aula. O que gera um conflito de gerações, os alunos entre 25 a 35 falam que não compreendem o que o pessoal vem fazer na escola. Há um início de discussão, mas a professora acalmou os ânimos e todos sentam em seus lugares, tranquilamente. A professora retoma a aula, há uma maior concentração e todos terminam as atividades.
3º DIA: Neste dia, conforme já havia combinado com a professora, seria o dia das entrevistas. Ela pediu para eu ir com os alunos para a biblioteca a fim de entrevistá-los com mais tranquilidade. Em anexo seguem as entrevistas.

O que se percebeu durante as observações, que realmente os professores têm dificuldade de adequar as suas aulas em relação à faixa etária dos alunos. Até mesmo na forma como eles se organizam, os mais maduros sempre mais a frente, e os adolescentes ficam mais espalhados em sala de aula. Os conflitos são em relação ao conteúdo e as atividades, os adolecentes demoram mais para começarem a escrever. Não todos, mas uma boa parte, alguns ficam no celular.
Em relação aos motivos te terem se matriculado na EJA, os três entrevistados responderam que o motivo foi trabalho, precisam estudar à noite. Uma as alunas respondem que parou de estudar há aos, mas está muito difícil de arrumar emprego, então ela retornou para terminar o ensino fundamental.
Nesses três dias de observação e conversa com os alunos percebeu-se que a escola apresenta a realidade das pesquisas, alunos cada vez mais jovens na modalidade EJA, os fatores desse número elevado de matrículas são por diferentes motivos, trabalho, indisciplina no ensino regular até mesmo pelo fato de serem mais velhos, reprovação nos anos anteriores, entre outros.

CONCLUSÃO
Este estudo teve como objetivo fazer um relato de experiência sobre a EJA observou-se que o público dessa modalidade vem modificando-se no decorrer dos anos.
Muitos alunos chegam a essa modalidade com idade escolar, embora mais “velhos” que os outros, ainda necessitam de uma atenção diferenciada, mesmo estudando no noturno. Ao adentrar a EJA, há outros alunos de uma faixa etária maior, o que gera conflitos que são amenizados pelos professores. Os adolescentes são mais agitados, gostam de tecnologia, celulares, tablets, etc. Já há outros alunos relatam que estão ali para estudar e não gostam dessa típica agitação juvenil.
Outro fato que foi observado refere-se à formação dos professores da EJA, há uma necessidade de cursos de aperfeiçoamento para que se possa desenvolver um trabalho de qualidade, pois essa modalidade não pode ser deixada em segundo plano, nem pelo governo, nem pelos diretores, muito menos pela sociedade. Torna-se necessário uma maior valorização para que assim todos se sintam acolhidos nesse retorno aos bancos escolares.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394/96. Diário oficial da União. 20/12/1996

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 53º ed – Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2016. 148 p.

LARIEIRA, Letícia. .30% dos alunos da Educação de Jovens e Adultos têm entre 15 a 19 anos. 2015. Disponível em: http://www.ebc.com.br Acesso em: 08.06.2018.





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