domingo, 5 de agosto de 2018

EJA: Relato de Experiências Parte I





EDUCAÇÃO DE JOVENS ADULTOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM BASE EM OBSERVAÇÃO

Kasandra de Oliveira

Resumo
O presente trabalho teve como objetivo analisar o perfil dos alunos da EJA, para isso, fez-se três dias de observações em uma turma de uma Escola Municipal, na cidade de São Leopoldo. Verificou-se que, diferente de outras épocas, embora a maioria repetente, a turma da EJA apresenta um perfil diferente de tempos anteriores. Os alunos chegam a essa etapa cada vez mais jovens. A turma observada possui 20 alunos, 15 alunos estão entre 15 a 20 anos, os demais entre 21 a 35 anos, ou seja, a maioria são alunos que reprovaram entre 2 a 3 anos, por diferentes fatores, começaram a trabalhar, falta de motivação, questões familiares ou a própria negligência dos pais ou responsáveis.. O restante da turma, os alunos entre a faixa etária entre 21 a 35 anos, retornaram aos estudos por motivos de trabalho. Dessa forma, compreendeu-se que o perfil da EJA no município de São Leopoldo, vem alterando-se no decorrer dos anos.



Palavras- chave: EJA. Faixa Etária. Escola

INTRODUÇÃO

Atualmente, através do diálogo entre os professores e alunos do curso de Pedagogia, venho observando que a maioria dos professores da Educação de Jovens Adultos (EJA), vem comentando sobre o perfil dos alunos que chegam aos bancos escolares, a sua grande maioria para estudar no noturno, que apresentam um perfil diferente do que vinha se observando anteriormente, ou seja, os alunos estão cada vez mais jovens, e são inúmeros os fatores que os levam a essa modalidade de ensino.
A modalidade de EJA recebeu várias modificações ao longo da história da educação no Brasil e é colocada como direito na LDB nº 9394/96, acredita-se que o professor necessita amparar-se na lei, mas, sobretudo, observar os alunos, o perfil, idade, particularidades, etc. e fazer as adequações necessárias para que esse aluno não apenas conclua tanto o ensino fundamental e médio, mas que também, desenvolva as suas habilidades e competências. Assim, o aluno da EJA não pode ser visto como indisciplinado, repetente, mas como um aluno a ser motivado para seguir seus estudos e reconstruir a sua história dentro do processo educacional.
Este trabalho relata as transformações vividas por alunos da EJA ao longo da sua trajetória, além de analisar, através de suas falas, motivos que o levou a abandonar os estudos, sua opinião sobre a educação e suas conquistas ao voltar a estudar, sabendo que este era um reinicio de sua trajetória escolar.

METODOLOGIA

Por se tratar de um relato, optou-se por fazer 2 dias de observação e 1 dia de entrevista com os alunos da EJA da Escola Municipal Castro Alves em São Leopoldo. Escolhemos a entrevista como instrumento de pesquisa por “ser um gênero que permite a construção de identidades através da interação comunicativa” (MEDRADO, 2007, p744 apud FERREIRA, 2010).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Segundo o Censo Escolar de 2014, o Brasil possui cerca de 3,5 milhões de pessoas matriculados na EJA. Essa modalidade é direcionada a alunos que não puderam completar os estudos no decorrer no ensino regular, isso ao longo da infância e da adolescência.
Entretanto, ainda de acordo com o Censo, aproximadamente 1 milhão desses alunos ainda estão em idade escolar, 30% das matrículas da EJA do Brasil são de jovens com idades entre 15 e 19 anos.
De acordo com Soares (2015), muitos estudantes optam por essa modalidade, pois é uma via mais rápida, uma estratégia de recuperação dos anos perdidos, ou seja, a evasão e a defasagem idade-série. Também, pode-se dizer que o horário é mais propício para aquele aluno trabalhador, porque as aulas da EJA se organizam no horário noturno na maioria das escolas.
Outro fato a ser comentado, refere-se ao fato de haver outros incentivadores para que o aluno opte pela EJA, é um incentivo velado que parte muitas vezes dos familiares ou até mesmo dos próprios professores, a EJA é mais fácil, supõe-se que o aluno tenha dificuldades de aprendizagem, assim ele é matriculado nessa modalidade. Preponderante em algumas situações, o aluno considerado “problema”, por apresentar uma idade diferente dos demais, problemas de indisciplina, o melhor seria a matrícula no noturno (SOARES, 2015).
Verifica-se que na prática, são inúmeros fatores que vem modificando o perfil dos alunos dessa modalidade de ensino.
As palavras de Larieira (2015) remetem a uma questão de organização das aulas do professor da EJA, visto que em uma sala de aula há idades diferentes, desde adolescentes a alunos mais maduros, esse é um fato que causa problemas na hora do planejamento do professor, pois são vivências, conhecimento de mundo diferente.

A elevada matrícula de jovens na EJA têm representado desafios para professores e gestores da modalidade, que buscam conciliar a heterogeneidade de faixas etárias em uma mesma sala de aula, dando conta das expectativas, necessidades e ritmos de cada uma delas. Planejada em sua origem para um público adulto, a EJA têm precisado se reinventar ao oferecer também propostas mais ligadas ao universo juvenil.

Assim, sabendo dessa realidade, buscou-se através desse relato, fazer as observações e entrevistas com os alunos da EJA.

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