Valorização
da cultura africana: desconstruindo preconceitos
Na
contemporaneidade, percebe-se que o preconceito contra os negros no Brasil é
bastante frequente, embora, muitas pessoas afirmem que vivemos em um país sem
preconceitos, não é o que se percebe nas relações estabelecidas em diferentes
setores da sociedade.
Um
exemplo disso, são as manifestações de medo, intolerância, separação,
segregação, discriminação e ódio que se observa em nossa sociedade, tão
frequentemente disseminada nas redes sociais. Diante disso, há ainda, um grande
silêncio, tantos de negros, brancos, mestiços e pardos, em tentar “maquiar” as
situações de discriminação, ofendendo as pessoas, principalmente, as que tentam
tratar sobre este tema, falando que estão de “mi, mi,mi”, ou seja, se queixando
à toa.
Se
observarmos as representações, os lugares sociais que a grande mídia nos passa,
são de negros trabalhando em serviços braçais, faxineiras, mordomos,
motoristas, seguranças, etc. profissões dignas, mas se percebe que as falas, as
manifestações são negativas e preconceituosas, implicitamente, é o que eles
(negros) são acostumados e capazes de fazer. Quando há negros em posições
diferentes, médicos, empresários, advogado, há um desconforto, como se percebe
na grande mídia os ataques aos famosos como Thais Araújo, Lázaro Ramos, entre
tantos outros. Como se vê nos telejornais, os “ataques” são diários, muitos
passam despercebidos, pois são contra “pessoas comuns”. Ressalta-se que nem
todas as pessoas são preconceituosas, e lutam, lado a lado para que essa triste
realidade mude.
Uma
das formas de tratar sobre a questão do racismo na escola, acredito que seja a
partir da valorização do povo negro, seja apresentando personalidades que se
destacaram na história, apresentando as religiões de matriz africana, as
danças, entre tantos momentos históricos de destaque. Pode-se também trabalhar
fatos referentes à escravidão, tratar sobre os quilombos como uma organização
social não apenas de luta, mas de preservação da identidade do povo negro.
Portanto,
tratar sobre a diversidade cultural e de formação do povo brasileiro requer uma
organização curricular, planos de aula que possibilitem o contato com a
história do negro o quanto foram e são importantes em nosso país. Buscar uma
bibliografia adequada e atualizada na literatura se faz necessária, se o nosso
país foi escrito por mãos brancas, há a necessidade de se valorizar autores
negros que produzem arte da melhor qualidade.
Só
a partir da valorização haverá a possibilidade de uma renovação, nenhuma
criança nasce racista, e a instituição escolar deve participar de forma efetiva
para que todos percebam o seu valor como ser humano, e buscar assim, integrar
todos, negros, brancos, índios, pardos, em busca da palavra respeito e todos os
seus sinônimos: “consideração, deferência e reverência”.

A escola na qual leciono desenvolve um projeto com o tema Africanidade praticamente durante o ano todo, que encerra na semana do dia 20 de novembro. Após realizarmos pesquisas, cartazes, reflexões, etc, construindo um conhecimento em rede significativos e de tanta importância para essa escola e a comunidade na qual está inserida, devido ao contexto social que envolve a escola, é radiante perceber a auto estima elevada dos alunos, a vontade de ser alguém na vida, bem como o orgulho de ser quem são e fazerem parte de uma história tão grandiosa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário